segunda-feira, março 16, 2009

«Sou professor não voto em Sócrates»

Os cinco movimentos independentes de professores reunidos este sábado, em Leiria, aprovaram por maioria a proposta de realização de um crachá com inscrições «Sou professor não voto neste PS» e «Sou professor não voto em Sócrates», avança a Lusa.

No Encontro Nacional de Professores em Luta, foi ainda decidido solicitar aos sindicatos para que junto das escolas «discutam as acções a encetar até ao final do ano», revelou o responsável do Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores, Ilídio Trindade.

Segundo o docente, o objectivo é que os sindicatos «discutam nas escolas com propostas concretas, nomeadamente, se se há-de fazer uma greve às avaliações ou uma greve prolongada, de três dias no mínimo».

«Terá de ser feito o levantamento da vontade dos professores para se saber qual é a forma de luta mais dura a tomar até ao final do ano», explicou Ilídio Trindade, sublinhando que uma greve de três dias «tem alguns prós e alguns contras», não podendo ser decidida «como fazer uma manifestação», pelo que defendeu a sua ponderação, insistindo na «auscultação dos professores».

«Gostaria que essa sugestão, a ser dada, a ser decidida, fosse feito pelo conjunto de professores», declarou.

Professores avançam com fórum nacional

Os cerca de 150 professores presentes decidiram ainda realizar um encontro ou um fórum nacional no qual os partidos políticos vão ser desafiados a fazer um compromisso educativo.

«Para nós sabermos claramente quais são as suas posições para quando se apresentarem às eleições», disse o dirigente.

Ilídio Trindade realçou que «os partidos políticos têm de pôr, preto no branco, de forma muito clara, nos seus programas eleitorais, qual é a sua posição relativamente ao estatuto da carreira docente e a este modelo de avaliação».

Para o professor, trata-se de uma medida para que os partidos assumam responsabilidades: «Não nos podemos esquecer que vai haver eleições e não queremos voltar a ser enganados».

O responsável do Movimento para a Mobilização e Unidade dos Professores referiu ainda que da reunião saiu também o desejo de que professores e representantes dos movimentos «dessem o seu apoio aos presidentes dos conselhos executivos», que se reúnem no próximo fim-de-semana, em Lisboa.

Por seu turno, Octávio Gonçalves, do Movimento de Valorização de Professores (PROmova), adiantou que o fórum vai ser realizado antes das eleições europeias e antes de terminar o terceiro trimestre, apontando o mês de Maio para a sua concretização.

«Os professores saberão dar uma resposta conveniente ao PS nas eleições», afirmou.

Já Jaime Pinho, do Movimento da Escola Pública, sublinhou que os «movimentos estão sintonizados com os sindicatos».

«Os movimentos e sindicatos estão a caminhar para confrontar o Governo com uma derrota que achamos que vai ser o início de uma nova página em que a destruição da escola pública vai ser travada», afirmou o docente, que avisou: «O calendário eleitoral é absolutamente favorável à nossa luta».

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