quinta-feira, março 05, 2009

Ultrapassagens

Cavaco Silva afirmou hoje que, face à crise económica e financeira, as prioridades dos governos e “dos decisores em geral” deverá ser “minimizar as consequências de escassez de crédito e restaurar a confiança nos mercados financeiros”. Para si, as estratégias de recuperação e as reformas “que será necessário introduzir no funcionamento dos mercados” deverão “rejeitar as novas formas de proteccionismo” que “a História ensinou trazerem consequências bem mais nefastas do que as crises originais”. Cavaco Silva ultrapassou a própria História. A crise actual, a maior desde 1929, foi trazida precisamente pela mesma crença que instalou um livre comércio que se revelou um desastre para o emprego e para as produções europeias, americanas e japonesas, reduziu a política económica a soluções monetárias universais e promoveu recuos civilizacionais nesses espaços que incluíram a erosão do poder de compra que agora escasseia. Porém, Cavaco Silva viu-se ultrapassado por Andreas Hinrichs, director-geral da Autoeuropa, que, com o mundo inteiro – incluindo a sua empresa - em Lay-off, defendeu a inclusão do Sábado na semana de trabalho e mais flexibilização laboral. Muito à frente. Apenas ultrapassável pela necessidade urgente de substituição do paradigma de enriquecimento deste tipo de empresários e do suporte que têm num poder político que têm tão bem capturado que, por mais negro que se pinte o cenário, vão repetindo soluções comprovadamente fracassadas. É por aqui que passa a solução.
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