quinta-feira, abril 30, 2009

Alunos também se manifestaram na EBI de Sto. Onofre

“Se tivermos um problema, a quem nos queixamos?” Esta foi uma das perguntas que os estudantes da Escola Básica 1,2,3 de Santo Onofre fizeram na manifestação que levaram a cabo no passado dia 22 de Abril em frente à escola. Pergunta que ficou sem resposta, pois mais uma vez a recentemente empossada Comissão Administrativa Provisória (CAP) não apareceu.
Depois dos professores e pessoal não docente do Agrupamento de Santo Onofre, foi agora a vez de cerca de 250 alunos mostrarem a sua indignação pelo afastamento compulsivo do antigo Conselho Executivo do agrupamento. Mas os estudantes foram mais longe e não hesitaram em pedir a demissão da CAP.
Numa concentração organizada pelos próprios alunos, que fizeram passar um papel pelas várias salas de aulas a apelarem à mobilização, ficou bem expresso o carinho que os mais novos têm pelos professores afastados do cargo. Muitas vezes os seus nomes foram entusiasticamente entoados entre as já habituais palavras de ordem como “Alunos unidos, jamais serão vencidos” e um original “O orgulho da EBI somos nós”.
Foi junto de um dos mais reivindicativos alunos daquela tarde que tentámos saber que ambiente se vive na escola depois da CAP ter assumido funções. “Só não nos sentimos desamparados porque temos professores que nos ajudam. Agora se precisarmos de alguma coisa que não tenha a ver com as aulas, não sabemos a quem nos podemos dirigir”, afirmou Jorge Carvalho, do 8º ano.
Neste último período do ano lectivo, “as aulas estão a correr bem, pois os nossos professores são grandes profissionais, mas sabemos que [eles] não estão contentes porque esta situação não faz sentido”. O que na sua opinião também não tem lógica é o afastamento dos membros da CAP da comunidade escolar.
“Não conhecemos ninguém, nem de vista. Apenas sabemos que alguns vêm de Peniche. Vieram para a escola no início do período, nós nem sequer sabíamos. Agora precisamos de alguma coisa do executivo, tem que ser tudo por escrito. O Conselho Executivo está trancado, o que nunca aconteceu, e não dá para resolver nada”, queixa-se o aluno.
Por entre os professores que assistiam à manifestação dos estudantes estava Lina Carvalho, presidente do Conselho Executivo destituído. Reiterando que a manifestação foi ideia dos alunos, manifestou “um profundo orgulho por estes alunos, que fizeram uma manifestação bem organizada, cívica e controlada e todos eles forem bem educados”.
A professora entende bem a revolta dos alunos. “Como é evidente, eles estão muito apreensivos. Não entendem esta situação. Estavam habituados a lidar connosco e têm connosco uma relação muito próxima”, afirma.


Executivo camarário unânime no protesto à Ministra da Educação

Já no decorrer da manifestação dos professores, no dia 14 de Abril, o vereador caldense responsável pela Educação, Tinta Ferreira, tinha dado conta de um voto de protesto aprovado pelo executivo camarário em reacção às declarações da ministra da Educação sobre a situação de Santo Onofre. Sabe-se agora que o documento foi aprovado por unanimidade, com os votos favoráveis da maioria do PSD e dos vereadores socialistas, um dos quais – António Galamba - vice-presidente da bancada do PS na Assembleia da República.
Mais uma vez, a autarquia manifesta a sua indignação por Maria de Lurdes Rodrigues ter afirmado no Parlamento que “a comunidade local e os professores não querem tomar conta da escola nos termos em que a lei exige”, declarações que o executivo caldense considera “infelizes” e “desadequadas”.
O voto de protesto deixa expresso o orgulho da comunidade local em todos os que estão ligados ao Agrupamento de Escolas de Santo Onofre, “os quais constituem uma Comunidade Educativa de grande exemplaridade manifestada pelas boas práticas educativas implementadas e pelo seu impacto no nosso território educativo”.
Ao Ministério da Educação, “primeiro responsável pela situação”, o executivo apela a que a “actuação seja de bom senso, num espírito de diálogo com todos, de modo a que rapidamente a vivência de toda a comunidade educativa regresse rapidamente à normalidade, num clima de tranquilidade, motivação e consequente empenho de todos”.

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