A Plataforma Sindical dos Professores, que congrega mais de uma dezena
de associações e sindicatos de docentes e educadores de infância,
decidiu traçar um calendário de acções que vão prolongar-se pelo 3.º
período e poderão mesmo chegar ao início do próximo ano lectivo, em
pleno período de campanha para as legislativas.
A decisão, anunciada ao PÚBLICO pelo líder da Federação Nacional dos
Professores (Fenprof), Mário Nogueira, foi tomada ontem numa reunião
da plataforma. Para já, os órgãos dos sindicatos estão ainda a ser
ouvidos e só na próxima segunda-feira serão anunciadas as acções
concretas a desenvolver.
"É um calendário completo e muito forte. Estamos a discutir um
calendário sequencial que vai em crescendo", descreve Mário Nogueira,
porta-voz da plataforma. "Prevê-se até alguma acção para o início do
próximo ano lectivo." O ano lectivo 2009/2010 abre em Setembro, o que
coincide com a campanha para as eleições legislativas.
"Estivemos a analisar vários cenários mas ainda não ficou nada
decidido", diz Lucinda Manuela, dirigente da Federação Nacional dos
Sindicatos de Educação (FNE). Para esta federação é mais importante,
em tempo de campanha eleitoral, fazer chegar aos partidos o que cada
sindicato pensa e informá-los sobre "o que é que os professores não
querem" do que fazer acções conjuntas com os outros sindicatos.
Durante o final da tarde de ontem e ao longo do dia de hoje, os
sindicatos vão reunir para debater as várias propostas apresentadas
pelos professores, durante a Semana de Consulta, que decorreu na
semana passada e que levou os sindicalistas às escolas para ouvir os
docentes. "Os professores continuam muito descontentes. As acções
poderão exprimir de modo mais forte a sua revolta", defende Lucinda
Manuela.
Na próxima segunda-feira, a plataforma volta a reunir para traçar o
calendário final da luta dos professores. Os profissionais contestam a
divisão da carreira em professores e professores titulares, o modelo
de avaliação do desempenho e a realização de uma prova de ingresso na
carreira.
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