A análise da generalidade dos media ao relatório da Amnistia Internacional sobre a pena de morte em 2008 concentra-se em destacar os Estados que executaram um maior número de pessoas, e em sublinhar as anomalias «regionais» (continentais). Ou seja, os dez piores do mundo em 2008 seriam:
China, 1718;
Irão, 346;
Arábia Saudita, 102;
EUA, 37;
Paquistão, 36;
Iraque, 34;
Vietname, 19;
Afeganistão, 17;
Coreia do Norte, 15;
Japão, 15.
O que está certo, porque as 1718 execuções da China são sem dúvida mais relevantes do que as 37 dos EUA. Mas, se calcularmos o número de execuções por milhão de habitantes, podemos fazer uma análise bastante diferente do problema da pena de morte.
Irão, 5.2;
Arábia Saudita, 3.6;
China, 1.28;
Líbia, 1.27;
Iraque, 1.17;
Coreia do Norte, 0.66;
Iémen, 0.55;
Afeganistão, 0.51;
Bielorrússia, 0.41;
Vietname, 0.22.
Assim, nota-se que os dois Estados do mundo que mais pessoas executam por milhão de habitantes são também, curiosamente, os mais teocráticos: o Irão xíita e a Arábia Saudita wahabita. E a segunda tabela tem outra curiosidade: a de todos os Estados serem ou ditaduras pós-comunistas (incluindo a Bielorrússia), ou Estados islâmicos (na primeira tabela havia duas democracias). Sendo que estes últimos dominam a segunda tabela em número de Estados presentes e, sobretudo, nos lugares de topo.
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