domingo, abril 26, 2009

Por que razão a luta dos professores é política? E por que razão a vitória dos professores passa pela derrota do PS nas 3 eleições que se avizinham?

«1. Desde 1974, nunca houve um Governo tão hostil aos professores como o actual.



2. Todos os partidos da oposição já, por diversas vezes, afirmaram o seu apoio aos professores, nomeadamente com tomadas de posição contra o modelo burocrático da avaliação de desempenho.

3. Ainda que eu tivesse partido ou simpatizasse com algum - coisa que não acontece - eu não daria aqui qualquer indicação de voto. Apenas me limito a dizer o seguinte: "se és de esquerda, vota no PCP ou no BE; se és de centro-direita ou de direita, vota no PSD ou no CDS". Claro que isto é que incomoda muita gente do PS, incluindo alguns professores do PS.



4. Durante os 35 anos de democracia nunca vi um partido ser tão hostil e rebaixar tanto os professores como o PS tem feito nos últimos 4 anos. Foram os deputados do PS, muitos deles professores, que chumbaram, por diversas vezes, na AR, a aprovação da suspensão do modelo burocrático de avaliação de desempenho. Todos os outros partidos, do PCP ao CDS, votaram, por diversas vezes, a favor da suspensão. E nem a chamada esquerda do PS - os deputados também chamados de alegristas - foi capaz de manter a coerência, porque esses deputados não votaram a favor das propostas de suspensão quando souberam que elas poderiam ser aprovadas se contassem com os votos deles.
5. E não se diga que o PS só é assim desde que José Sócrates tomou o poder. A burocratização das funções docentes, a desresponsabilização dos alunos e a confusão curricular tiveram o seu início, não com Maria de Lurdes Rodrigues, mas com o Governo de Guterres.
6. Acresce a tudo isto que, se o PS voltar a ganhar as eleições legislativas, não há a mínima esperança de assistir à revogação da divisão da carreira em duas categorias. Ao invés, e atendendo ao carácter dos actores em jogo, será de esperar uma política de vingança contra os professores e o agravar das medidas que infernizaram a vida dos professores e das escolas.»

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