domingo, abril 05, 2009

Reflexões pelo Professor Medina Carreira

"Vocês, comunicação social o que dão é esta conversa de «inflação
menos 1 ponto», o «crescimento 0,1 em vez de 0,6»....Se as pessoas
soubessem o que é 0,1 de crescimento, que é um café por português de 3
em 3 dias... Portanto andamos a discutir um café de 3 em 3 dias...mas
é sem açúcar..."


"Eu não sou candidato a nada, e por conseguinte não quero ser popular.
Eu não quero é enganar os portugueses. Nem digo mal por prazer, nem
quero ser «popularucho» porque não dependo do aparelho político!"


"Ainda há dias eu estava num supermercado, numa bicha para pagar, e
estava uma rapariga de umbigo de fora com umas garrafas, e em vez de
multiplicar «6x3=18», contava com os dedos: 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8,
9... Isto é ensino...é falta de ensino, é uma treta! É o futuro que
está em causa!"


"Os números são fatais. Dos números ninguém se livra, mesmo que não
goste. Uma economia que em cada 3 anos dos últimos 27, cresceu 1% em
2...esta economia não resiste num país europeu."


"Quem anda a viver da política para tratar da sua vida, não se pode
esperar coisa nenhuma. A causa pública exige entrega e desinteresse."


"Se nós já estamos ultra-endividados, faz algum sentido ir gastar este
dinheiro todo em coisas que não são estritamente indispensáveis? P'ra
gente ir para o Porto ou para Badajoz mais depressa 20 minutos? Acha
que sim? A aviação está a sofrer uma reconversão, vamos agora fazer um
aeroporto, se calhar não era melhor aproveitar a Portela? Quer dizer,
isto está tudo louco!"


"Eu por mim estou convencido que não se faz nada para pôr a Justiça a
funcionar porque a classe política tem medo de ser apanhada na rede da
Justiça. É uma desconfiança que eu tenho. E então, quanto mais
complicado aquilo for..."


"Nós tivemos nos últimos 10-12 anos 4 Primeiros-Ministros:

-Um desapareceu;

-O outro arranjou um melhor emprego em Bruxelas, foi-se embora;

-O outro foi mandado embora pelo Presidente da República;

-E este coitado, anda a ver se consegue chegar ao fim e fazer alguma coisa..."


"O João Cravinho tentou resolver o problema da corrupção em Portugal.
Tentou. Foi "exilado" para Londres. O Carrilho também falava um
bocado, foi para Paris. O Alegre depois não sei para onde ele irá...
Em Portugal quem fala contra a corrupção ou é mandado para um "exílio
dourado", ou então é entupido e cercado."


"Mas você acredita nesse «considerado bem»? Então, o meu amigo
encomenda aí uma ponte que é orçamentada para 100 e depois custa 400?
Não há uma obra que não custe 3 ou 4 vezes mais? Não acha que isto é
um saque dos dinheiros públicos? E não vejo intervenção da polícia...
Há-de acreditar que há muita gente que fica com a grande parte da
diferença!"


"De acordo com as circunstâncias previstas, nós por volta de 2020
somos o país mais pobre da União Europeia. É claro que vamos ter o
nome de Lisboa na estratégia, e vamos ter, eventualmente, o nome de
Lisboa no tratado. É, mas não passa disso. É só para entreter a
gente..."


"Isto é um circo. É uma palhaçada. Nas eleições, uns não sabem o que
estão a prometer, e outros são declaradamente uns mentirosos:
-Prometem aquilo que sabem que não podem."


"A educação em Portugal é um crime de «lesa-juventude»: Com a fantasia
do ensino dito «inclusivo», têm lá uma data de gente que não quer
estudar, que não faz nada, não fará nada, nem deixa ninguém estudar.
Para que é que serve estar lá gente que não quer estudar? Claro que o
pessoal que não quer estudar está lá a atrapalhar a vida aqueles que
querem estudar. Mas é inclusiva.... O que é inclusiva? É para formar
tontos? Analfabetos?"


"Os exames são uma vergonha. Você acredita que num ano a média de
Matemática é 10, e no outro ano é 14? Acha que o pessoal melhorou
desta maneira? Por conseguinte a única coisa que posso dizer é que é
mentira! Está-se a levar a juventude para um beco sem saída. Esta
juventude vai ser completamente desgraçada! "


"A minha opinião desde há muito tempo é TGV- Não! Para um país com
este tamanho é uma tontice. O aeroporto depende. Eu acho que é de
pensar duas vezes esse problema. Ainda mais agora com o problema do
petróleo. "Bragança não pode ficar fora da rede de auto-estradas? Não?
Quer dizer, Bragança fica dentro da rede de auto-estradas e nós
ficamos encalacrados no estrangeiro? Eu nem comento essa afirmação que
é para não ir mais longe... Bragança com uma boa estrada fica muito
bem ligada. Quem tem interesse que se façam estas obras é o Governo
Português, são os partidos do poder, são os bancos, são os
construtores, são os vendedores de maquinaria... Esses é que têm
interesse, não é o Português!"


"Nós em Portugal sabemos é resolver o problema dos outros: A guerra do
Iraque, do Afeganistão, se o Presidente havia de ter sido o Bush, mas
não sabemos resolver os nossos. As nossas grandes personalidades em
Portugal falam de tudo no estrangeiro: criticam, promovem,
conferenciam, discutem, mas se lhes perguntar o que é que se devia
fazer em Portugal nenhum sabe. Somos um país de papagaios... Receber
os prisioneiros de Guantanamo? «Isso fica bem e a alimentação não deve
ser cara...» Saibamos olhar para os nossos problemas e resolvê-los e
deixemos lá os outros... Isso é um sintoma de inferioridade que a
gente tem, estar sempre a olhar para os outros. Olhemos para nós!"


"A crise internacional é realmente um problema grave, para 1-2 anos.
Quando passar lá fora, a crise passará cá. Mas quando essa crise
passar cá, nós ficamos outra vez com os nossos problemas, com a nossa
crise. Portanto é importante não embebedar o pessoal com a ideia de
que isto é a maldita crise. Não é!"


"Nós estamos com um endividamento diário nos últimos 3 anos
correspondente a 48 milhões de euros por dia: Por hora são 2 milhões!
Portanto, quando acabarmos este programa Portugal deve mais 2 milhões!
Quem é que vai pagar?"


"Isso era o que deveríamos ter em grande quantidade. Era vender
sapatos. Mas nós não estamos a falar de vender sapatos. Nós estamos a
falar de pedir dinheiro emprestado lá fora, pô-lo a circular, o
pessoal come e bebe, e depois ele sai logo a seguir..."


"Ouça, eu não ligo importância a esses documentos aprovados na
Assembleia...Não me fale da Assembleia, isso é uma provocação...
Poupe-me a esse espectáculo...."


"Isto da avaliação dos professores não é começar por lado nenhum. Eu
já disse à Ministra uma vez «A senhora tem uma agenda errada"» Porque
sem pôr disciplina na escola, não lhe interessa os professores. Quer
grandes professores? Eu também, agora, para quê? Chegam lá os meninos
fazem o que lhes dá na cabeça, insultam, batem, partem a carteira e
não acontece coisa nenhuma. Vale a pena ter lá o grande professor? Ele
não está para aturar aquilo... Portanto tem que haver uma agenda para
a Educação. Eu sou contra a autonomia das escolas. Isso é
descentralizar a «bandalheira»."


"Há dias circulava na Internet uma notícia sobre um atleta olímpico
que andou numa "nova oportunidade" uns meses, fez o 12ºano e agora vai
seguir Medicina... Quer dizer, o homem andava aí distraído, disseram
«meta-se nas novas oportunidades» e agora entra em Medicina... Bem,
quando ele acabar o curso já eu não devo cá andar felizmente, mas quem
vai apanhar esse atleta olímpico com este tipo de preparação... Quer
dizer, isto é tudo uma trafulhice..."


"É preciso que alguém diga aos portugueses o caminho que este país
está a levar. Um país que empobrece, que se torna cada vez mais
desigual, em que as desigualdades não têm fundamento, a maior parte
delas são desigualdades ilegítimas para não dizer mais, numa sociedade
onde uns empobrecem sem justificação e outros se tornam
multi-milionários sem justificação, é um caldo de cultura que pode
acabar muito mal. Eu receio mesmo que acabe."


"Até há cerca de um ano eu pensava que íamos ficar irremediavelmente
mais pobres, mas aqui quentinhos, pacíficos, amiguinhos, a passar a
mão uns pelos outros... Começo a pensar que vamos empobrecer, mas com
barulho... Hoje, acrescento-lhe só o «muito». Digo-lhe que a gente vai
empobrecer, provavelmente com muito barulho... Eu achava que não havia
«barulho», depois achava que ia haver «barulho», e agora acho que vai
haver «muito barulho». Os portugueses que interpretem o que
quiserem..."


"Quando sobe a linha de desenvolvimento da União Europeia sobe a linha
de Portugal. Por conseguinte quando os Governos dizem que estão a
fazer coisas e que a economia está a responder, é mentira! Portanto,
nós na conjuntura de médio prazo e curto prazo não fazemos coisa
nenhuma. Os governos não fazem nada que seja útil ou que seja
excessivamente útil. É só conversa e portanto, não acreditem... No
longo prazo, também não fizemos nada para o resolver e esta é que é a
angústia da economia portuguesa."


"Tudo se resume a sacar dinheiro de qualquer sítio. Esta
inter-penetração do político com o económico, das empresas que vão
buscar os políticos, dos políticos que vão buscar as empresas... Isto
não é um problema de regras, é um problema das pessoas em si... Porque
é que se vai buscar políticos para as empresas? É o sistema, é a
(des)educação que a gente tem para a vida política... Um político é um
político. E um empresário é um empresário. E não deve haver confusões
entre uma coisa e outra. Cada um no seu sítio. Esta coisa de ser
político, depois ministro, depois sai, vai para ali, tira-se de acolá,
volta-se para ministro...é tudo uma sujeira que não dá saúde nenhuma à
sociedade."


"Este país não vai de habilidades nem de espectáculos. Este país vai
de seriedade. Enquanto tivermos ministros a verificar preços e a
distribuir computadores, eles não são ministros! Eles não são pagos
nem escolhidos para isso! Eles têm outras competências e têm que
perceber quais os grandes problemas do país!"


"Se aparece aqui uma pessoa para falar verdade, os vossos comentadores
dizem «este tipo é chato, é pessimista».... Se vem aqui outro trafulha
a dizer umas aldrabices fica tudo satisfeito... Vocês têm que arranjar
um programa onde as pessoas venham à vontade, sem estarem a ser
pressionadas, sossegadamente dizer aquilo que pensam. E os portugueses
se quiserem ouvir, ouvem. E eles vão ouvir, porque no dia em que
começarem a ouvir gente séria e que não diz aldrabices, param para
ouvir.

O Português está farto de ser enganado!

Todos os dias tem a sensação que é enganado!"


Perguntaram-me há dias porque nao formava um partido (...) e eu respondi que já
havia casas de prostitutas que cheguem.

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