O presidente do Conselho Científico para a Avaliação dos Professores visitou dez escolas e percebeu, embora os docentes estejam empenhados, as escolas avançam a ritmos diferentes num processo que tem sido muito criticado
Escolas a avançar a ritmos diferentes e professores esforçados - o que contraria a imagem de uma classe contra o processo, ideia ampliada pela acção dos sindicatos e dos meios de comunicação social. Este é o retrato do processo de avaliação de professores traçado pelo presidente do Conselho Científico que tem como missão analisar a aplicação do processo e que se baseou nas visitas que fez a dez escolas.
Alexandre Ventura, que além de presidir ao Conselho Científico para a Avaliação dos Professores é também professor na Universidade de Aveiro, encarregou-se de visitar um terço das escolas que de forma voluntária se ofereceram para servir de casos de estudo da aplicação da avaliação. À sede do CCAP, na 5 de Outubro, em Lisboa, já chegaram 23 relatórios das equipas que visitaram os 30 estabelecimentos de ensino distribuídos por 17 distritos nacionais. "Neste momento podemos dizer que um dos factores determinantes no sucesso do processo é a liderança. Quando os órgãos de gestão são fortes e mais experientes, o processo decorre de forma mais serena", adianta ao DN Alexandre Ventura, que acrescenta que, regra geral, os professores têm avançado e tentado resolver os problemas depois.
"Daquilo que vi em dez escolas, e que não pode obviamente ser generalizado a todo o universo de estabelecimentos, o processo tem decorrido sem grandes sobressaltos, o que não implica que todas as pessoas estejam de acordo ou tenham entregue os objectivos individuais", continua o presidente do CCAP, que considera que a contra-informação criada pelos sindicatos, blogues de professores e pela própria comunicação social ajudou a difundir a imagem de que toda a classe estava contra a avaliação.
Segundo Alexandre Ventura, "neste processo houve muita tendência para ouvir e ver o que os outros estavam a fazer e essas redes informais levaram as pessoas a articular as suas acções". Mas a tese do presidente do Conselho Científico não implica uma critica à actuação sindical, "que naturalmente apelaram à luta dos professores", até porque este foi um movimento muito assente na "proliferação de blogues, que juntamente com os outros actores criaram contra-informação, que acabou por influenciar os professores".
No entanto, para o responsável, a realidade nas escolas é bem diferente. "Quando vamos ao terreno, quando percebemos que 75 por cento dos professores entregaram os objectivos individuais, temos um retrato bem diferente daquele que passou para ao opinião publica", conclui Alexandre Ventura.
O Conselho Científico para a Avaliação dos Professores é um órgão consultivo criado pelo Ministério da Educação para supervisionar e emitir recomendações sobre o processo de análise e classificação de desempenho. Neste momento, o Conselho já está a analisar 23 relatórios das equipas que visitaram 30 escolas de 17 distritos, onde contactaram com os intervenientes na avaliação.
Comentario: Espero bem que o Anovis seja considerado como um dos blogues que faz contra-informaçao. Para mim e um ponto de honra...
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