A construtora aeronáutica canadiana Bombardier é um bom exemplo do que há que mudar no mundo. Em 2008, o lucro líquido da empresa triplicou para mil milhões de dólares (746,6 mil milhões de euros), contra os 317 milhões obtidos em 2007. Não obstante, a Bombardier anunciou hoje que até ao final de 2009 vai despedir dez por cento dos seus trabalhadores, um total de 3000 novos desempregados a somar aos 1360 contemplados com a mesma sorte anunciada em Fevereiro.Nos últimos anos, a acompanhar a retórica da responsabilidade social das empresas, a fúria neo-liberal tem-nos fustigado com odes à flexibilização laboral e, de um modo geral, os Governos não se fizeram rogados em corresponder com legislações laborais à altura das suas pretensões. Dispensar um trabalhador tornou-se um procedimento em tudo semelhante à dispensa de uma máquina, mas sem custos e sem os inconvenientes de ter que a armazenar ou de lhe encontrar comprador. Há que mudá-lo: os custos sociais deixaram de entrar nas contas de Governos que, apesar de eleitos por pessoas, representam o lucro fácil e imediato, fazendo ruir os pilares do consumo e instalar-se uma crise económica e social como há muito não se via.
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