O dinheiro que os políticos “fazem” nos seus “investimentos” cheira sempre muito mal. Há quem diga que é tudo inveja dos “governados”, mas não me parece.
Manifestamente, não me parece. Aliás, quando soube que, através do grupo SLN, Cavaco Silva tinha realizado mais-valias de 147 mil euros e a sua filha outros tantos, senti imediatamente alegria e ansiedade: alegria por ele e por ela; ansiedade enquanto não percebo para que quer tanto dinheiro, uma família aparentemente tão frugal.
Mas não se tratando de inveja, o fedor dos “bons investimentos” dos políticos tem outra causa, para mim elementar: quem vive da política tem à sua disposição, basta procurar, informações privilegiadas e recursos públicos que dão uma preciosa “ajuda” na escolha de “investimentos”.
Assim, o presidente Cavaco não está - ninguém acredita que esteja - envolvido nos “esquemas” do pavoroso grupo SLN, mas ali em tempos, discretamente com a sua filha, triplicou, quadruplicou ou quintuplicou uns “dinheiros”, num negócio que jamais teria conhecido se a sua carreira política tivesse sido feita na tesouraria da Junta de Boliqueime.
O caso só muda de figura quando sabemos que Cavaco permitiu que um homem tão forte quanto suspeito, do tão lucrativo quanto engenhoso grupo SLN, se arrastasse pelo eminente Conselho de Estado até que um acesso de bom senso visitasse o conselheiro, fenómeno que ocorre com a frequência das visitas do cometa Halley. A delonga parece agora, mais que amizade, gratidão.
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