Todas as pessoas, ou pelo menos quase todas, apreciam a tranquilidade de um quotidiano repetido.
Todas as pessoas, ou pelo menos quase todas, gostam de calma e passarinhos a cantar.
É por isso que quando alguém ou alguma força política se propõe abanar a tranquilidade de um quotidiano político repetido, o deve fazer com “objectivos”.
E o Bloco de Esquerda esforça-se por abanar a tranquilidade repetida do quotidiano político mas sem definir os objectivos certos para o fazer. Notícia RTP de 12 de Maio de 2009.
É por isso que apenas tem 10% de votos.
E quais são os objectivos políticos certos?
São passar por afirmar e demonstrar sem qualquer tipo de dúvidas que as fortunas portuguesas se recusam – de facto - a contribuir para o (1) Estado português (para a Nação) e por consequência, se recusam a contribuir para a (2) sociedade portuguesa, e por consequência nada contribuem para (3) Portugal.
Como tal é necessário dizer que deverão pagar as crises que geram. E geram as crises, pela complacência e pelo deixar andar, porque adoptam formas de comportamento económico que nada geram para a economia portuguesa.
Nada geram na economia portuguesa, senão monopólios e oligópolios disfarçados de economia de mercado.
Nada geram na economia portuguesa, senão bloqueios e constrangimentos no poder político e no Estado e respectivo funcionamento.
Nada geram na sociedade portuguesa senão ressentimento social e enormes divergências entre cidadãos portugueses; entre os que tem e os que não tem, uma divisão sempre artificialmente alimentada.
Nada geram senão uma cultura elitista, parasitária na economia e de constante subordinação do poder político ao poder económico e destes dois a um conjunto de pessoas nas sombras que – efectivamente controlam este país.
Os resultados estão – perfeitamente à vista.
Um país com uma economia de mercado supostamente de mercado, onde tudo aparentemente funciona, mas mal. Um país preso por elásticos sociais que se estão a romper.
Um país onde o poder político nada efectivamente manda.
Um país completamente destituído de conceitos de interesse nacional a serem aplicados pelo poder político em defesa do país.
Um país eternamente adiado e a caminho de se tornar um Estado frágil e sem qualquer relevância política ou económica a nível nacional e internacional. (O que produzimos?)
Uma país onde é possível afirmar que os actuais filhos dos actuais pais do actual país que dá pelo nome de Portugal viverão pior do que os seus pais.
E tudo isto é independente do poder político-partidário que esteja em funções.
Acontecerá seja qual for o partido político em funções.
Ø
Porque o problema não é um de “partidos políticos ” ou de pessoas momentaneamente em cargos, mas sim um problema de “estrutura”; de definição do que é interesse nacional, de definição de uma linha de rumo estratégica para país.
Porque o problema é que as pessoas apreciam a tranquilidade de um quotidiano repetido, julgando que será assim que algo mudará.
Nunca uma longa sucessão de quotidianos tranquilos repetidos mudou alguma coisa.
Ø
Como as grandes fortunas (para utilizar o jargão do bloco de esquerda) se recusam a contribuir para o país, deverá ser dito pelo Bloco de esquerda (ou qualquer outro partido que assim o queira fazer) que estas devem ser taxadas - porque se recusam a contribuir para o país!
E acaso alguém diga que passará a existir fuga de capitais, assim seja.
Ø
Para que queremos em Portugal estes “capitais” se estes “capitais” não contribuem para o país?
Para que “queremos ” estes “capitais” se “estes capitais” não investem um mínimo que seja?
Para que “queremos” estes “capitais” se “estes capitais” sempre que podem, minam o poder político?
Não será melhor substitui-los por outros?
Não existirão candidatos estrangeiros que nos façam o amável favor de nos libertar desta dependência?
Ficaríamos na mesma dependentes, mas pelo menos, ganharíamos em mais competência e menos monopólios.
Ø
Este é o erro do Bloco de esquerda.
Apenas diz que se deve aplicar impostos sobre fortunas.
Mas não diz porque é que se deve aplicar impostos sobre as fortunas.
Sem comentários:
Enviar um comentário