O muito jovem Partido Pirata sueco fez uma entrada assinalável no Parlamento Europeu, tendo obtido 7,1% dos votos na eleição de 7 de Junho de 2009. Para Estrasburgo vai enviar dois deputados. O primeiro, Lars Christian Engstrom, um empreendedor na área da informática com 49 anos, ocupará um lugar de pleno direito. A segunda, Amelia Andersdotter, de 21 anos, estudante de economia na Universidade de Lund, terá apenas, nos termos das regras bizantinas destas eleições, um lugar de observadora (ver caixa abaixo).
É preciso levar a sério a emergência desta nova oferta política. Depois de apenas três anos de existência, o Piratpartiet reúne cerca de 50.000 aderentes e é a terceira força militante da política sueca, logo atrás dos Moderados.(Os adversários do Partido Pirata sublinham que a adesão ali é gratuita.) Em 2009, houve uma adesão maciça dos jovens entre os 18 e os 30 anos – na grande maioria, homens – a um programa fundado na legalização da partilha de ficheiros. O principal detonador deste movimento foi o processo “The Pirate Bay”, um sítio sueco na Internet que propunha um motor de busca especializado nos torrents, os ficheiros que permitem partilhar entre utilizadores filmes, música, programas informáticos, etc.
Os animadores do sítio Internet, condenados a um ano de prisão e a uma multa de 30 milhões de coroas (2,8 milhões de euros), tinham no entanto argumentado que o seu motor não dava acesso aos filmes propriamente ditos – uma busca no Google oferecia exactamente as mesmas informações. Na verdade, a diferença está na postura adoptada: num caso (Google), finge-se que se quer respeitar os direitos de autor, apesar de o extraordinário crescimento do sítio de vídeos YouTube, filial do Google, assentar, em grande medida, num catálogo “pirateado”; no outro caso (The Pirate Bay), ridicularizam-se as mensagens enviadas pelos escritórios de advogados dos produtores de Hollywood e abre-se o jogo, de estandarte negro ao vento.
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