Forças do exército hondurenho, alegadamente apoiadas pelos grandes interesses económicos do país, tomaram o palácio presidencial e levaram o presidente Zelaya Rosales para a Costa Rica. Foi o desenlace mais ou menos esperado do braço de ferro político para impedir um referendo constitucional no país sobre se se deveria acrescentar uma nova urna nas eleições gerais de Novembro para eleger uma assembleia constituinte em 2010.O Conselho Cívico de Organizações Populares e Indígenas das Honduras (COPINH) acusa a direita de estar por detrás do golpe de Estado. "Esta ofensiva golpista foi planeada e executada de forma articulada entre o Congresso Nacional fascista, os meios de comunicação e os seus donos; o Ministério Público, os empresários mais poderosos do país e as Forças Armadas, que têm vindo a actuar desafiando abertamente as decisões do poder executivo", diz o comunicado do Conselho, que acusa também "alguns sectores das hierarquias das igrejas evangélicas e católica" de servirem de intermediários e apoiantes dos golpistas.Mas a vontade do presidente Zelaya Rosales, eleito democraticamente e que conserva o apoio dos movimentos populares - que reuniram as 400 mil assinaturas para convocar a consulta, ao abrigo da lei de Participação Cidadã - foi contrariada pelo Congresso Nacional e pelos Supremos Tribunais de Justiça e Eleitoral, cujos membros são escolhidos pelo Congresso. Este órgão quer indigitar o seu presidente, Roberto Micheleti, como sucessor do presidente eleito. Porém, a maioria dos países da Organização dos Estados Americanos, que apoiou a consulta de domingo, já avisou que não reconhecerá qualquer Governo que venha a assumir o poder em resultado do golpe de hoje.A OEA reuniu de urgência, com as condenações do golpe de estado a sucederem-se. O governo brasileiro exige que o "presidente Zelaya seja imediata e incondicionalmente reposto em funções" e Hugo Chávez colocou o exército venezuelano em estado de alerta, ao saber que militares hondurenhos tinham agredido o embaixador do seu país. Antes, o embaixador da Venezuela na OEA acusara os golpistas de terem levado para parte incerta os embaixadores da Venezuela, Cuba e Nicarágua, acompanhados da ministra dos Negócios estrangeiros das Honduras, Patricia Rodas. Desafiado por Chávez a posicionar-se sobre o golpe, o presidente dos Estados Unidos reagiu no mesmo tom da OEA, manifestando "preocupação pelos acontecimentos" e apelando ao "respeito pelas normas democráticas".
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