Na América Latina foram muitos os presidentes que chegaram ao cargo com promessas de políticas sociais que deixariam abandonadas para se entregarem ao serviço dos sectores mais oligarcas, desde os empresariais aos militares. Por isso, o caso de que o presidente Manuel Zelaya nas Honduras, chegado ao poder como candidato do Partido Liberal, tivesse realizado o caminho contrário, adoptando iniciativas sociais e progressistas imprevistas num candidato neoliberal, era todo um sacrilégio.
Não esqueçamos que se trata do país utilizado pelos sectores mais reaccionários e de direita da região para a sua política de agressividade contra qualquer brotar de progressismo na América Central. Nas Honduras treinava-se, na década de oitenta, a Contra nicaraguana financiada através da trama denominada rede Irão-Contra, que combateria contra o sandinismo, e eram coordenados os esquadrões da morte que assassinavam líderes progressistas e tentavam dinamitar o processo de paz em El Salvador.
Na madrugada de Domingo, um comando militar sequestrou o presidente e tirou-o do país para levá-lo para a Costa Rica. O exército hondurenho revivia assim os tempos mais obscuros da guerra fria, quando cumpria fielmente o papel de ceifar qualquer iniciativa ou movimento social que pudesse pretender um mínimo avanço dos sectores mais empobrecidos do país.
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