As séries curtas, a informação em tempo real, os media que reconfiguram permanentemente a moda e a persuasão são algumas das manifestações duma sociedade que é visceralmente de consumo e que historicamente se transferiu do mercado dos objectos para o mercado das ideias.
A hiperescolha é o corolário lógico das novas formas e modos de trabalho na era da solidez. Com efeito, ao passarmos da economia da chaminé à economia das ideias mudámos o ritmo da moda, da escala, da diferenciação, das relações de trabalho e destas com o consumo. Emergiu o novo discurso das marcas, novos posicionamentos estatutários (flexíveis, acomodados e vertiginosos), linhas e referências de produtos destinados a todas as bolsas.
Como escrevi em Este Consumo que nos Consome, nunca trabalhámos tanto como hoje e vivemos com desencanto o nosso protagonismo na sociedade de consumo (porque deixámos de ter consciência da melhoria das condições de vida, porque queremos tudo ao mesmo tempo e porque nos tornámos impacientes, querendo tudo de uma só vez e imediatamente).
A informação passou a ser encarada como um valor acrescentado que previne e cura. Na sociedade em rede, o nosso sucesso está associado à promoção que fazemos de nós próprios. Como escreveu Robert Reich, antigo ministro do Trabalho de Bill Clinton, «Antigamente, o pior que podia dizer-se de uma pessoa é que ela se tinha vendido. Actualmente, o pior que se pode dizer de uma pessoa é que ela não está a vender-se».
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