segunda-feira, junho 01, 2009

PORTUGAL NO TOPO DA UNIÃO EUROPEIA NA INJUSTIÇA SOCIAL

Dançarinos do Poder governam Portugal

Com base em 35 indicadores forem investigadas cinco dimensões da política social nos 27 países da União Europeia. A investigação baseia-se nas estatísticas actuais de Eurostar e OECD. As dimensões analisadas foram: chances de formação, justiça entre as gerações, situação na procura de emprego, igualdade entre homem e mulher e distribuição de rendimento.

Os cinco melhores lugares com melhor justiça social foram ocupados pela Suécia, Dinamarca, Holanda Finlândia e Eslovénia.

Relativamente a Portugal, os resultados são fulminantes. Ocupa com a Hungria o lugar 24 estando abaixo deles a Roménia e a Grécia. Em Portugal, a situação piora em relação ao passado aumentando as desigualdades em quase todos os sectores especialmente na distribuição dos rendimentos e na justiça entre as geracoes.

18 % dos portugueses são pobres. A percentagem de pessoas pobres a partir dos 65 anos atinge os 26%. E 5% das crianças portuguesas têm os pais desempregados.

No sector do emprego a situação é miserável. Muitos empregos são carentes e falta de emprego é crescente. Um Estado, habituado a exportar a pobreza e a explorar as remessas dos emigrantes, vê-se agora com o problema de países europeus estarem a reduzir a importação de trabalhadores. A dívida de Estado, um ensino precário descomprometido e descomprometidor e o desemprego prolongado são indicadores dum futuro ainda mais penhorado.

Uum pobre alemão não é igual a um pobre português. As estatísticas referem dados relativos.

Isto releva a ineficiência da política portuguesa. O povo português revela-se muito tolerante no que respeita à pobreza social e à falta de responsabilidade do Estado.

A classe que se serve do Estado não precisa de pensar no dia de amanhã porque o seu amanhã está na pensão assegurada por um Estado de que se serviram e servem. Se os dirigentes actuassem como se pertencessem à camada social económica e culturalmente desfavorecida, então teríamos uma nação inteira e não repartida.

A política não se preocupa com a compensação social, com um compromisso entre pobres e ricos, entre regiões pobres e ricas, assistindo-se ao desequilíbrio crónico. Os espertos encostam-se aos partidos, que, por sua vez, ocupam os sectores do Estado onde se ganha melhor.

E no meio de tudo isto os nossos políticos ainda têm coragem de sair para a rua e mostrar os seus dentes brilhantes. Pavoneiam-se nas televisões como se fossem benfeitores do povo português, quando administram mal o país. Trabalham para si e fazem bem aos do partido sem responsabilidade de estado. Cada vez se ostenta mais os galardões das ideologias e se vê mais vaidade encenada num país reduzido a estádio de futebol.

Estado Novo e Democracia na Liga dos mais fracos da Europa

Se antigamente estávamos “orgulhosamente sós”, hoje marcamos passo orgulhosamente sós!

O átrio do país passou a ser o partido. Não há povo, não há actores, apenas espectadores dum país a salto.


A imprensa portuguesa, que deveria confrontar continuamente os políticos com esta realidade, vive também ela no país da Bela Adormecida, espalhando o tapete vermelho a políticos que falam de tudo, menos do que importa a Portugal e deveria importar aos portugueses.

Como de costume, se o governo for questionado sobre tão miserável situação, os espertos do poder compararão a sua miséria com pior miséria de algum caso particular dum país de nome, para assim fugirem com o rabo à seringa e enganarem um povo sempre crente. Quem observa com olhos de ver as atitudes de políticos na TV até fica com calafrios perante os seus tiques e peculiaridades dandy. Vivem em grande parte da arte de enganar quem quer ser enganado. Somos inveteradamente vaidosos!

Vivem do factor Salazar, sempre na desculpa e no empolgamento, justificando uma política improdutiva na ideia de liberdade e democracia.

Os nossos políticos não têm noção de estado nem de povo, servem-se deles em vez de os servir. Partidarismo e servilismo oportunista enchem a Administração pública e rebentam o aparelho do estado pelas costuras. Depois desculpam-se que é a vida e que o povo tem os políticos que merecem. O povo porém precisa de exemplos e de personalidades que se tornem a consciência da nação para impedirem que mercenários continuem a abusar do povo, a violar Portugal. Aqui, as revoluções, a partir do século XVIII, têm um denominador comum, satisfazer uma classe descontente que ao assumir o poder se satisfaz à custa do Estado e em gozar o povo.

Na democracia, o povo português continua a desobrigar-se com a ida às urnas como antigamente se desobrigava da abstinência com a bula.

Portugal joga cronicamente na Liga dos derrotados, antigamente com honra, hoje com orgulho. Países que no Estado Novo estavam atrás de Portugal encontram-se hoje à sua frente quando; apesar do 25 de Abril não saímos do grupo dos países em que nos encontrávamos no tempo de Salazar. Portugal a continuar assim daria razão aos que defende que em vez de mudar os sistemas é preciso mudar o povo! Estes gostariam de nos ver espanhóis. O que precisamos todos é de mudar o nosso ideário de povo, mudar a nossa mentalidade e não suportar os que usam e abusam do Estado e desencorajam a iniciativa privada em nome do monopólio partidário. O espírito da terra, da ecologia, do bem comum expresso nos “Homens Bons” dos tempos da fundação da monarquia deveria tornar-se o padrão a seguir no governo de Portugal e não o da ideologia. Por um Portugal dos biótopos naturais com menos coutadas ideológicas.

António da Cunha Duarte Justo
http://antonio-justo.blogspot.com/

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