quarta-feira, junho 10, 2009

Portugueses e outros...


O Verão anuncia mais desemprego e falências. As famílias receberam um lenitivo com as descidas das taxas de juro, mas os bancos já se encarregaram de agravar o fardo, aumentando as margens de lucro nos empréstimos.
As pequenas empresas, núcleo--duro da economia real, continuam a bater-se com a crise, mas também com uma carga fiscal ao nível da da Alemanha.
A esmagadora maioria de reformados esfalfa-se por chegar ao fim do mês.
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Pequenos agricultores e pescadores vivem como há muito se sabe: na subsistência pura. Esses, todos esses, são os portugueses fustigados pe-la crise mais dura depois da I Guerra.
É nesses portugueses que o Presidente pensa quando fala do combate à pobreza, do futuro do País ou veta o novo diploma do financiamento partidário.
Não é nesses portugueses que os partidos pensam quando aprovam uma lei que lhes dá mais dinheiro, mais despesa, menos controlo e transparência.
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Não é nesses portugueses que muitos gestores públicos pensam quando se autoaumentam na casa dos dois dígitos percentuais. Não é no mundo dos portugueses que pensam ou estão quando fazem isso. É no mundo dos outros, que são eles próprios, com padrões de vida exorbitantes num País exausto e cada vez menos disponível para cumprir a missão cívica de votar ou acreditar nas instituições.
Eduardo Dâmaso

in CM

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