Três acontecimentos simultâneos reflectem, em direcções distintas, os dilemas latino-americanos actuais: o golpe nas Honduras, a derrota eleitoral dos Kirchner na Argentina e a escolha dos candidatos a presidente para as eleições uruguaias. Os três apontam para o tema da continuidade e aprofundamento dos processos de transformação que estão a viver grande parte dos países latino-americanos ou a restauração conservadora, com o retorno da direita aos governos da região.
O golpe nas Honduras – que tem possibilidade de ser revertido pela rejeição internacional e pelas mobilizações populares internas – aponta para a tentativa do presidente Zelaya de obter um segundo mandato via referendo, para dar continuidade ao processo recém-iniciado de transformações internas na contracorrente do neoliberalismo até então vigente no país. Zelaya, filho desgarrado do Partido Liberal que, em rodízio com o Partido Conservador, dirigiram por décadas o país, de forma praticamente harmónica. O golpe, por sua vez, dado pela cúpula do Judiciário, das FFAA e do Congresso, expressa a inércia das forças conservadoras que sempre dirigiram as Honduras.
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