segunda-feira, julho 06, 2009

A continuar no vazio

Porque a economia dos EUA ainda tem de bater no fundo

Há uma grande diferença entre uma recessão impulsionada pelos stocks e uma recessão impulsionada pelo crédito. Uma recessão pelos stocks é provocada por uma disparidade entre oferta e procura. Ela resulta da super-capacidade e da sub-utilização da qual só se pode sair quando os stocks são reduzidos e a procura acrescida. As recessões impulsionadas pelo crédito são uma história completamente diferente. Elas tipicamente perduram o dobro do tempo e podem precipitar crises financeiras.

A actual recessão é uma severa quebra de crédito da magnitude da era da Depressão. O sistema financeiro efectivamente entrou em colapso. O sistema de crédito por grosso (titularização) está congelado, o sistema bancário é disfuncional e está insolvente e os gastos do consumidor afundaram. A concessão de facilidades de muitos milhões de milhões (trillion) de dólares do Fed e os seus estímulos monetários impediram o sistema financeiro de pulverização até à paralisação, mas os problemas não foram resolvidos. O presidente do Fed, Ben Bernanke, preferiu evitar as decisões duras e manteve o preços dos activos tóxicos artificialmente altos com a ajuda de um escudo de liquidez de US$12,8 milhões de milhões. Eis porque as acções animaram-se nos últimos quatro meses enquanto as condições na economia real continuavam a deteriorar-se. Bernanke está a utilizar todas as ferramentas à disposição do Fed para impedir a liquidação do mercado e impedir que a montanha de dívida que foi acumulada desde há décadas através da expansão do crédito seja purgada do sistema.

A agitação no mercado de acções tornou mais difícil ver que a economia está a redefinir-se a uma taxa de actividade económica mais baixa. A deflação está a começar em todos os sectores. Os preços da habitação estão a liderar o recuo, caindo 18,1 por cento de ano para ano segundo o novo relatório Case-Schiller. A deterioração da situação líquida das casas está a forçar os proprietários a cortar nos gastos, o que enfraquece a procura e desencadeia mais despedimentos colectivos. É um círculo vicioso que acaba em crescimento mais lento.

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