sábado, julho 11, 2009

Gaza foi reduzia a um estado de abjecta miséria

O recente encontro entre o Presidente Barack Obama dos EUA e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, gerou especulação sobre a futura relação entre a América e Israel, e sobre uma potencial mudança na política estado-unidense em relação ao conflito israelo-palestiniano. Analistas da esquerda e da direita comentam uma nova e mais dura política norte-americana caracterizada pelo reforço das exigências dos Estados Unidos em relação a Israel. No entanto, por baixo da coreografia diplomática existe uma realidade agonizante que obteve apenas breves comentários por parte de Obama e silêncio por parte de Netanyahu: a contínua devastação do povo de Gaza.

Gaza é um exemplo de uma sociedade que foi deliberadamente reduzida a um estado de abjecta miséria, com a sua outrora população produtiva transformada numa população pobre, dependente de ajudas. Este contexto é inegavelmente o de um sofrimento massivo, criado em grande parte por Israel mas com a cumplicidade activa da comunidade internacional, especialmente dos EUA e da União Europeia, e da Autoridade Palestiniana na Cisjordânia.

A subjugação de Gaza começou muito antes da recente guerra de Israel contra Gaza. A ocupação israelense – agora largamente esquecida ou negada pela comunidade internacional – devastou a economia de Gaza e o seu povo, especialmente desde 2006. Apesar das restrições económicas na realidade terem aumentado antes da vitória eleitoral do Hamas em Janeiro de 2006, o aprofundamento do regime de sanções e o cerco imposto por Israel e pela comunidade internacional, e mais tarde intensificado em Junho de 2007 quando o Hamas tomou o controlo de Gaza, destruiu totalmente a economia local. Se houve um denominador comum entre os palestinianos, israelenses e pessoas de outras nacionalidades que eu entrevistei nos últimos três anos, foi o medo de danificar tão profundamente a sociedade e a economia de Gaza que tornem necessários milhares de milhões de dólares e gerações de pessoas para a sua recuperação – um medo que agora se tornou realidade.

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