Manuel Pinho deixou hoje o cargo de ministro da Economia depois do gesto - colocou dois dedos na testa, simulando dois chifres - que dirigiu à bancada do PCP na Assembleia da República. No entanto, fonte governamental garantiu já que José Sócrates não irá tomar o mesmo caminho, apesar do pirete que anda há quatro anos a fazer a todos os portugueses.O comentador político e apanhador de caracóis Raimundo Fajuto considera que o primeiro-ministro se mantém com condições para governar, como referiu em exclusivo para o Jornal do Fundinho: «Creio que poderá cumprir o mandato até ao fim, até porque pode sempre argumentar que o pirete é um gesto universal, tal como a crise é mundial».
Sócrates continua no cargo apesar do gesto [foto E. Calhau]
Da mesma opinião não são, no entanto, os partidos da oposição, que exigiram já, sem excepções, a demissão de Sócrates. Apenas do lado do CDS-PP se admitiu, em comunicado, que a mesma poderia ser evitada, mas para isso o líder do Governo teria de «passar do pirete para o manguito, uma vez que este se trata de um gesto enraizado na tradição portuguesa».Raimundo Fajuto considera estas reacções exageradas e motivadas por interesses partidários: «Muitos políticos fizeram já gestos de gravidade semelhante ao de Sócrates... A Manuela Ferreira Leite, por exemplo, quando foi ministra das Finanças, colocava muitas vezes uma mão na virilha para mostrar que tinha tomates». O especialista em estratégia partidária e moluscos gastrópodes terrestres de concha espiralada calcária diz mesmo que a permanência de José Sócrates no cargo de primeiro-ministro é uma «demonstração de vitalidade da democracia portuguesa, se pensarmos que no Estado Novo o Salazar não só nos espetava o dedo como o enfiava pelo nosso cu acima».
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