O Público de hoje retoma uma matéria que nos últimos tempos tem vindo a ganhar visibilidade, a fuga de muitos professores para a reforma antes do tempo e com custos económicos de monta por penalização. O trabalho é ilustrado com as histórias de duas docentes cuja capacidade de resistência se terá esgotado.Sempre que esta questão é tratada é também habitual afirmar-se os professores “retirantes” pertencem ao grupo dos melhores. É igualmente de registar que, dos motivos que levam estes professores a abandonar o sistema com custos pessoais nunca, mas nunca, são referidos problemas ou cansaço face à essência do trabalho de um professor, o ensino e a relação com os alunos.De facto, as razões apontadas prendem-se sempre com as consequências da PEC – Política Educativa em Curso. Referem-se à injustiça de um impensável Estatuto que divide os professores em dois grupos com base num critério delirante, referem-se à avaliação que desejam mas em moldes correctos, justos e eficazes, referem-se à burocracia que submerge muito do seu tempo, referem-se ao clima instalado nas escolas, enfim, a um mal-estar que empurra para fora milhares de excelentes profissionais.Por outro lado, quando ouvimos os responsáveis políticos pela PEC o discurso é significativamente diferente, falam de estabilidade, tranquilidade, normalidade, sucesso, qualidade, etc., numa espécie de remake da teoria do oásis, agora em versão educativa. Provavelmente, não estarão a falar da mesma realidade.Mas se estiverem é grave.
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