Caso Joana Amaral Dias provoca conflito entre PS e Bloco.
A família socialista e a família bloquista continuam a não se entender quanto à tutela da pequena Joana Amaral Dias. Nos últimos dias, o pai adoptivo, José Sócrates, e o pai biológico, Francisco Louçã, discutiram na praça pública o futuro da ex-deputada, mas nenhum dos dois quis assumir qualquer responsabilidade. Desta forma, continua por decidir a regulação do poder eleitoral de Joana.
Às acusações do líder do Bloco de Esquerda de que teria prometido «chupa-chupas e chocolates à Joana se ela quisesse ficar com a família do PS», o primeiro-ministro respondeu com alegações de abandono e maus-tratos: «O Louçã abandonou e desprezou a Joana e agora anda a ver se consegue livrar-se dela de vez, arranjando-lhe uma família adoptiva. Mas nós fomos apenas uma família de acolhimento, e o pai do coração até é o Mário Soares, não sou eu», afirmou Sócrates, em exclusivo para o Jornal do Fundinho.
Pequena Joana entre dois pais [foto E. Calhau]
Joana Amaral Dias encontra-se actualmente institucionalizada, numa estância de férias em Málaga, na Espanha, garantindo os empregados da piscina que se tem mantido «em profundo silêncio e muitíssimo triste», enquanto se desloca de festa para festa. Uma decisão quanto à sua família política poderá, no entanto, estar para breve, podendo até surgir um entendimento entre PS e Bloco de Esquerda. «Isto este ano com tantas eleições fica complicado, e a verdade é que precisamos de meter uma tipa qualquer de três em três lugares», confirma José Sócrates.
O caso Joana Amaral Dias foi despoletado por um alegado interesse dos socialistas em obterem a guarda dos seus votos, depois de os seus progenitores bloquistas supostamente não lhe terem perdoado uma temporada passada com a família adoptiva. A polémica levou a que ambas as famílias rejeitem actualmente assumir a paternidade política da pequena Joana, mas o episódio tem também vindo a colocar em questão parte do edifício da democracia portuguesa, nomeadamente as leis do interesse e do compadrio partidário. No entanto, e para não chatear muito, todos os partidos vão assobiar para o lado e fazer de conta que não se passa nada, até porque os votos continuarão a cair nas urnas.
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