sábado, setembro 12, 2009

O «anarquismo» quando se transforma em «anarco-capitalismo», o curioso caso do Prof. João Freire

Evidente

A propósito do artigo de opinião e do comentário no blog (da autoria de Ramiro Marques) :

É uma evidência afirmar-se que nenhum dos anarquistas portugueses passados ou presentes detém qualquer responsabilidade na deriva oportunista deste ex-anarquista, professor catedrático reformado do ISCTE e autor de várias obras (de qualidade bastante questionável algumas, a começar por um escrito auto-biográfico com muitos auto-elogios e com setas venenosas, post-mortem, a anarquistas que foram - contrariamente a ele- sinceros até ao fim!).
Mas também é preciso deixar claro que nem João Freire, nem Lurdes Rodrigues, digam o que disserem, têm uma réstea sequer de anarquistas; não sei, de facto, se foram anarquistas sinceros no passado (não posso avaliar isso, outros poderão ter uma opinião). Mas o que sei, de certeza, é que nenhuma tendência, nenhuma pessoa individual que se considere anarquista, libertária, ou que esteja influenciada pelo pensamento libertário, em geral, poderá jamais compactuar com a política que este governo levou a cabo.
Estes dois não apenas foram instrumentos dóceis dessa política, como foram artífices da sua construção, pessoas que contribuíram e muito para o traçar dos rumos estratégicos do PS, aquando governo (e antes).
O logro, o engano, a sanha persecutória contra sindicatos, a arrogância, a política do quero posso e mando, são tiques autoritários típicos. Este governo foi isso tudo, pelo que ninguém das fileiras anarquistas portuguesas ou internacionais pode considerar senão como desprezíveis as cambanhotas destas triste celebridades.
Para mais, nem têm a desculpa de serem estúpidos. Serão mesmo banstante inteligentes, mas não têm ética nenhuma, o que as torna particularmente odiosas.

Eu aceito que alguém seja completamente contrária aos ideais que defendeu durante anos, admito que essa reconversão se faça com sinceridade. Mas já não admito que essas mesmas pessoas (tanto no caso do Prof. João Freire, que continua a considerar-se «libertário», como a ainda ministra Lurdes Rodrigues, que disse em entrevista que ainda se achava em sintonia com os ideais libertários, ou coisa do género) não tenham vergonha na cara.
Estão realmente em causa valores colectivos, a começar pela defesa dos proletários, dos trabalhadores... não podemos consentir, nem calar!!!

Manuel Baptista

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