segunda-feira, setembro 28, 2009

O NEGRO E O VERMELHO

A CAMINHO DE UMA PROPRIEDADE SOCIALIZADA

Não devo dissimular que, além da propriedade ou da comunidade, ninguém concebeu uma sociedade possível: este erro, inteiramente deplorável, tornou a vida fácil à propriedade.
Coisa singular! A comunidade sistemática, negação reflectida da propriedade, é concebida sob a influência directa do preconceito da propriedade; e é a propriedade que se encontra na base de todas as teorias dos comunistas.
Os membros duma comunidade, isto é verdade, não têm nenhum bem próprio; mas a comunidade é proprietária, e proprietária não só dos bens, mas também das pessoas e das vontades.
Tudo o que se imaginasse para conciliá-la com as exigências da razão individual e da vontade, só conduziria a mudar a coisa conservando o nome; ora, se procuramos a verdade de boa fé, devemos evitar as disputas de palavras...
A comunidade, primeiro modo, primeira determinação da sociabilidade, é o primeiro marco do desenvolvimento social, a tese; a propriedade, expressão contraditória da comunidade, constitui o segundo marco, a antítese. Falta descobrir o terceiro marco, a síntese, e teremos a solução procurada.
A esta terceira forma de sociedade, síntese da comunidade e da propriedade, dar-lhe-emos o nome de liberdade. (Qu’est-ce que la Prop.?, cap. V.)

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