As três partes da socio-economia
É o trabalho, e só o trabalho, que produz todos os elementos da riqueza. A sociedade, ou o homem colectivo, produz uma infinidade de objectos, cujo usufruto constitui o seu bem-estar, a riqueza, objectivo da economia social. (Contr. Écon., cap. II.)
O trabalho é o facto gerador da economia política. Já, o definimos: acção inteligente do homem sobre a matéria, com um fim previsto de satisfação pessoal...
A economia política... é a ciência do trabalho...
Este estudo supõe o conhecimento prévio da, lei fundamental do trabalho... Divisão do trabalho e e força colectiva são dois aspectos correlativos dessa mesma lei. Ora, conforme o consideramos, sob o ponto de vista do produto ou do trabalhador, o princípio de Smith dá lugar a consequências especiais, das quais umas formam a ciência da produçao e da circulação das riquezas - primeira secção da economia política - e as outras constituem a ciência da organização, segunda secção da economia política.
O corolário desta dupla lei, ou, melhor dizendo, a síntese das duas primeiras partes da ciência, dá lugar a uma terceira e última secção, que tem por ob eetivo a distribuição das funções e a repartição dos salários, o que constitui o direito...
Tal resumo dar-nos-á as principais divisões desta ciência da Economia.
- O trabalho, tomado sob o ponto de vista objectivo, isto é, na sua realização e nos seus resultados, forma a primeira parte da economia política;...
- o trabalho, considerado subjectivamente, na sua divisão e sequências, forma a segunda parte da economia política; ela refere-se à organização;...
- finalmente, a terceira parte da economia política relaciona-se com a ciência do: direito; é como que a síntese das duas primeiras divisões, a diferenciação entre o justo e o injusto conforme os dados fornecidos pela teoria dos valores e da organização.
Talvez fosse mais de acordo com a ordem natural do desenvolvimento falar, em primeiro lugar, do trabalho considerado sob o ponto de vista do trabalhador, isto é, sob o ponto de vista subjectivo; depois analisá-lo quanto ao produto, que é o ponto de vista objectivo. Preferimos a ordem inversa, que parece ser aquela em que a ciência se constitui espontaneamente... De resto, quanto mais aprofundarmos a economia política, mais veremos que as suas grandes divisões formam três séries, intimamente ligadas umas às outras, contemporâneas nos factos e paralelas na teoria. (Cr. de l’O., cap. IV.)
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