Quando a injustiça se torna lei, a resistência torna-se um dever! I write the verse and I find the rhyme I listen to the rhythm but the heartbeat`s mine. Por trás de uma grande fortuna está um grande crime-Honoré de Balzac. Este blog é a continuação de www.franciscotrindade.com que foi criado em 11/2000.35000 posts em 10 anos. Contacto: franciscotrindade4@gmail.com ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS ACTUALIZADO TODOS OS DIAS
quarta-feira, novembro 11, 2009
França - Maldita seja a guerra!
"Os pacifistas, os antimilitaristas e os insubmissos de todo o gênero encontrar-se-ão uma vez mais para o 11 de novembro em Gentioux (Creuse), cidadezinha célebre pelo seu monumento aos mortos que proclama claramente: Maldita seja a guerra!
Com a altura de 3,80 metros, o monumento aos mortos de Gentioux recorda os nomes dos cinqüenta e oito habitantes da região mortos durante a guerra de 1914-1918 e dos ciinco mortos na de 1939-1945. A semelhança termina aí no que se refere a monumentos clássicos..
O monumento de Gentioux nada tem de semelhante com todos os monumentos patrióticos guerreiros que assombram as nossas comunidades. Em vez de esculturas exaltando o heroísmo, bravura, senso de dever e sacrifício, em lugar dos soldados viris brandindo fuzis e bandeiras de modo "que um sangue impuro encharque nossas pegadas" encontramos em Gentioux um estudante com um simples casaco e uns sapatos, um órfão de bronze, de chapéu na mão e punho cerrado, diante da inscrição: "Maldita seja a guerra!"
Solitário, o semblante do rosto sombrio e escuro, representa os camponeses e os operários que foram sacrificados numa guerra infame.
Foi Jules Coutaud, mestre ferreiro, prefeito SFIO de Gentioux de 1920 a 1965, que teve a brilhante idéia de construir tal monumento. Gaseado durante o "Der des ders", sabia bem o que a guerra causava.
Em 1922, a Prefeitura recusou-se a participar na inauguração do monumento que fazia contraste com a paisagem militarista. Erguido graças a subscrição pública, que completou o financiamento municipal e construído por artesãos locais, o monumento que exibe relevos aparados está inscrito e foi incluído no inventário suplementar de monumentos históricos.
A cada 11 de novembro, desde os anos 80, militantes pacifistas de diferentes sensibilidades têm vindo entoar "La chanson do Craonne" (canção do Craonne) no monumento, levantando o punho contra o militarismo. Em seguida, um desvio pelo cemitério Royère de Vassivière é sempre proposto para se visitar o túmulo de Félix Baudy, maçom, um soldado fuzilado "para dar o exemplo", construído em 1915, e, coisa rara, restaurado em 1934. Lá, pode ler-se numa pequena placa: "Maldita seja a guerra. Malditos sejam os seus algozes. Baudy não foi um covarde, mas sim um mártir!”.
Em 2008, nos 90 anos do Armistício da guerra de 14-18, em Gentioux, um coletivo exigiu a reabilitação de todos os fuzilados "para dar o exemplo". Durante a Primeira Guerra Mundial, 2500 soldados franceses são fuzilados depois de julgados por tribunais marciais, porque recusaram a desumanidade e a guerra imperialista, por isso foram condenados. Porque recusaram morrer em nome dos oportunistas da guerra, porque não quiseram continuar a matança, porque recusaram atirar sobre os companheiros trabalhadores alemães e confraternizaram com "o inimigo", porque quiseram a paz, o pão e a liberdade, 650 soldados, por vezes tirado à sorte, foram selvagemente assassinados.
Aqui e no resto do mundo, declararemos a guerra a todas as guerras. Abaixo todos os exércitos!
O 22 º encontro pacifista e antimilitarista de Gentioux terá lugar na quarta-feira, 11 de novembro de 2009, pelas 10 horas, junto ao Monumento aos Mortos convocado pelo Comitê Laico dos Amigos do Monumento aos Mortos de Gentioux, da Federação Crística do Livre Pensamento, do Movimento Pela Paz, da Liga dos Direitos do Homem e da ARAC. Outras organizações como a Federação Anarquista Francófona ou a União Pacifista estarão presentes.
Um piquenique está previsto no Villard (entre Royère-de-Vassivières e Gentioux) seguido de debates, venda de livros e de jornais...
agência de notícias anarquistas-ana
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