O federalismo e a Europa
É certo que a Europa é uma federação de Estados, que o interesse deles é solidário e que esta federação é provocado, fatalmente, pelo desenvolvimento do comércio e da indústria. (Philos. du Progrès 1.ª carta.)
A Europa seria ainda muito grande para uma confederação única: só poderia formar uma confederação de confederações... Então toda a nacionalidade regressaria à liberdade; então concretizar-se-ia a ideia dum equilíbrio europeu, previsto por todos os publicistas e homens de Estado, mas impossível de obter com grandes potências de constituição unitária. Foi muitas vezes alvitrada, entre os democratas de França, uma confederação europeia, ou seja, os Estados Unidos da Europa. Sob esta designação, parece nunca se ter compreendido outra coisa que não fosse uma aliança de todos os Estados, grandes e pequenos, existentes, actualmente, na Europa, sob a presidência permanente dum Congresso. Subentende-se que cada Estado conservaria a forma de governo que melhor lhe conviesse. Ora, dispondo cada Estado, no Congresso, dum número de vozes proporcional à sua população e ao seu território, os pequenos Estados encontrar-se-iam, dentro em breve, nesta pretensa Confederação, enfeudados aos grandes; ainda mais: se fosse possível que esta nova Santa Aliança pudesse ser animada dum princípio de evolução colectiva, vê-la-iamos prontamente degenerar, após uma conflagração interior, numa potência única, ou grande monarquia europeia. Uma semelhante federação não seria pois senão uma cilada ou não teria nenhum sentido, (Princ. Fédér., l.ª parte, cap. VIII.)
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