Pequeno conto de Nuno Crato inspirado num conto russo:
A Verónica tinha passado semanas a preparar-se para o grande concurso da escola. Ganhava o aluno que conseguisse dizer o número maior, e a Verónica estava convencida que conseguia dizer o maior número de todos. Tinha treinado o seu fôlego.
Na hora marcada, os alunos juntaram-se no ginásio da escola e começaram a dizer os números. O primeiro foi o Abel, que disse: «Nove mil novecentos e noventa e nove». O Abílio, que vinha logo a seguir, disse «um milhão». Que grande número! Os alunos continuaram, sempre por ordem alfabética, mas ninguém parecia ser capaz de vencer o Abílio. Só a Verónica se ria, confiante.
Quando chegou a sua vez, encheu o peito de ar e começou: «Um milhão de milhões de milhões de milhões de milhões…». E continuou «de milhões de milhões…». Os colegas aplaudiam. E a Verónica continuava «de milhões de milhões de milhões…». Até que ficou sem fôlego e terminou: «de mi… lhõ...es!»
Parecia que o concurso tinha acabado. Mas faltava ainda o Xavier, que chegou ao palco com ar malandro e disse apenas: «e mais um!».
Na volta para casa, a Verónica estava triste, mas confiante: «Para a próxima digo ‘e mais dois’ e ganho! Esse é que de certeza é o maior número de todos.»
A Verónica tinha passado semanas a preparar-se para o grande concurso da escola. Ganhava o aluno que conseguisse dizer o número maior, e a Verónica estava convencida que conseguia dizer o maior número de todos. Tinha treinado o seu fôlego.
Na hora marcada, os alunos juntaram-se no ginásio da escola e começaram a dizer os números. O primeiro foi o Abel, que disse: «Nove mil novecentos e noventa e nove». O Abílio, que vinha logo a seguir, disse «um milhão». Que grande número! Os alunos continuaram, sempre por ordem alfabética, mas ninguém parecia ser capaz de vencer o Abílio. Só a Verónica se ria, confiante.
Quando chegou a sua vez, encheu o peito de ar e começou: «Um milhão de milhões de milhões de milhões de milhões…». E continuou «de milhões de milhões…». Os colegas aplaudiam. E a Verónica continuava «de milhões de milhões de milhões…». Até que ficou sem fôlego e terminou: «de mi… lhõ...es!»
Parecia que o concurso tinha acabado. Mas faltava ainda o Xavier, que chegou ao palco com ar malandro e disse apenas: «e mais um!».
Na volta para casa, a Verónica estava triste, mas confiante: «Para a próxima digo ‘e mais dois’ e ganho! Esse é que de certeza é o maior número de todos.»
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