terça-feira, março 02, 2010

Liberalismo, ateísmo, e fidelidade masculina ligadas ao QI

O Psicólogo evolutivo Satoshi Kanazawa correlacionou dados destes comportamentos com o Quociente de Inteligência, a partir de uma larga amostragem de indivíduos de nacionalidade Norte-Americana. Descobriu que em média, as pessoas que se identificavam como liberais e ateístas tinham QI’s mais elevados. Isto aplica-se também à exclusividade sexual nos homens, mas não em mulheres. O relatório destas descobertas será publicado na edição de Março de 2010 da revista “Social Psychology Quarterly”

As diferenças de QI, apesar de estatisticamente significativas, não são de espantar – estando na casa dos 6 aos 11 pontos – e estes dados não deverão ser usados de forma a estereotipar pessoas, ou a fazer pré-julgamentos, afirmam os especialistas. No entanto, são identificados certos padrões que revelam como certas ideologias se desenvolvem, e como alguns tipos de comportamento se consolidam

O argumento, é que a exclusividade sexual nos homens, o liberalismo e o ateísmo, vão todos contra aquilo que seria de esperar considerando o passado evolutivo dos humanos. Por outras palavras, nenhuma destas características seria benéfica para os nossos antepassados mais longínquos, mas um nível de inteligência mais elevado poderá estar-lhes associado.

“A adopção de algumas ideias novas do ponto de vista evolutivo, fazem algum sentido do ponto de vista do avanço da espécie”, afirmou James Bailey, professor de liderança na Universidade George Washington. O professor Bailey, não estando envolvido no estudo, afima no entanto que “Faz também todo o sentido, que os indivíduos mais inteligentes – pessoas com um maior arsenal intelectual – sejam aqueles que o fazem.”

Bailey diz também que estas preferências podem ter a sua génese num desejo de mostrar superioridade ou elitismo, ambas relacionadas com o QI. De facto, adoptar filosofias “não-convencionais” como o liberalismo ou o ateísmo, podem ser “formas de comunicar a toda a gente que se é muito esperto,” disse ele.

O estudo debruçou-se sobre uma grande amostra do “National Longitudinal Study of Adolescent Health” começando com adolescentes do 7º ao 12º ano nos EUA durante o ano lectivo de 1994-1995. Os participantes foram posteriormente entrevistados em 2001-2002, já com idades entre os 18 e os 28 anos.O estudo utilizou também dados pertencentes à “General Social Survey”, outra recolha de dados a nível nacional.

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Segundo as teorias correntes, a religião não ajudou necessariamente na sobrevivência ou na reprodução, mas contribuiu no sentido de ajudar as pessoas a serem paranóicas, afirmou Kanazawa. Por exemplo assumir que um ruído à distancia, era um sinal de ameaça, ajudou os primeiros humanos a prepararem-se em caso de perigo.

“Ajuda ser paranóico, e porque os humanos o são, tornam-se mais religiosos, e vem a mão de deus em todo o lado,” diz também Kanazawa.

Os participantes que disseram ser ateus, tinham um QI médio de 103 na adolescência, enquanto os adultos que se afirmaram crentes, tinham em média 97 pontos de QI. O ateísmo “permite às pessoas avançar, e especular sobre a vida, sem a preocupação de ferir a estrutura dogmática de uma religião,” disse o autor do estudo.

“Do ponto de vista histórico, tudo o que seja novo e diferente pode ser encarado como uma ameaça, em termos de fé religiosa; quase todos os sistemas de religião se baseiam em permanência.”

O artigo pode ser lido na integra no site da CNN.

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