Há alguns meses editei no Anovis este documentário que tinha acabado de sair em França mas sem legendas. Nos contactos que estabeleci com o realizador Jean-François Brient foi-me dito que para breve o filme seria editado com legendas em várias línguas, português inclusive. Apesar dos erros presentes na tradução portuguesa, penso que a importância que o filme revela justifica plenamente a sua reedição.
A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais. Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, se demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época. Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber. Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça.
Da Servidão Moderna (1/5)
Da Servidão Moderna (2/5)
Da Servidão Moderna (3/5)
Da Servidão Moderna (4/5)
Da Servidão Moderna (5/5)
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