segunda-feira, abril 19, 2010

O EDUQUÊS NO SEU PIOR

A última revista "Sábado" consagra três páginas a um entrevista a um dos gurus do "eduquês" puro e duro: Roger Shank, que é referido como especialista em Inteligência Artificial e professor de Ciências da Computação e de Psicologia e director de uma empresa de consultadoria na área da aprendizagem para empresas, governos e escolas. Pois o governo português escusa de contratar os seus serviços pois o Ministério da Educação já está desde há alguns anos a pôr em prática os seus ensinamentos (ups!, esqueci-me que o "eduquês" não gosta de nada que tenha a ver com ensinar, devia antes ter dito que está a pôr em prática os "processos de ensino-aprendizagem" que ele recomenda).

O título é "A escola ensina coisas estúpidas como a Matemática". E o conteúdo vai todo nessa linha. Algumas pérolas, difíceis de escolher pois todo o conteúdo é interessantíssimo para se perceber bem em que fontes é que a ideologia que se exprime em "eduquês" vai beber:



"- P- (...) Os governos deviam sair desta área, deixar de financiar a educação?

- R- Deixar de financiar não, mas de gerir, com certeza. O governo tem de deixar de dizer o que nós devemos aprender. (...) aprendem-se coisas verdadeiramente estúpidas por causa dessa intromissão dos governos [no ensino da História]. O mesmo com a Matemática. Os governos tem uma obsessão com a Matemática. E, na maior parte dos casos, ela não interessa para nada".

(...) P- Então o que é que se pode ensinar?

R- O que é verdadeiramente importante ensinar são capacidades, competências, como as coisas funcionam. Algumas competências são transversais, como por exemplo comunicar, relacionar-se com outras pessoas, interagir. Estas coisas têm de ser exercitadas em qualquer sistema de ensino. Mas as matérias, as disciplinas clássicas, não interessam. História, Ciências, Matemática, Literatura são tudo coisas inúteis.

P - Como é que ensinaria a comunicar?

R- As aulas de língua actualmente são estúpidas. (...) Aprende.-se a língua a falar,a fazer discursos. As regras da gramática estão lá, de forma inconsciente, não interessa aprendê-las."
E por aí fora! As crianças é que devem dizer o que querem fazer na escola, de acordo com os seus interesses e gostos. E chega mesmo a dizer: "o que se deveria perguntar era se devia haver escolas". Entre nós, algumas pessoas pensam o mesmo, só não se atrevem a dizê-lo. Mas que têm tentado, por várias maneiras, destruir a escola, lá isso têm...

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