ou então, enfim, seria preciso que os contribuintes suportassem um novo imposto para reembolsar a dívida, coisa impossível; porque se a repartição desse novo imposto for igual entre todos os cidadãos, metade ou mesmo mais não o proderão pagar; se só disser respeito aos ricos será uma contribuição forçada, um atentado contra a propriedade. Desde há muito tempo a prática das finanças mostrou que o caminho dos empréstimos, se bem que excessivamente perigoso, é ainda o mais cómodo, mais seguo e menos custoso; portanto, pede-se emprestado, quer dizer, capitaliza-se Constantemente, aumenta-se o orçamento.
Assim, um orçamento, bem longe de alguma vez poder ser diminuído, deve sempre e necessariamente aumentar; isso é um facto tão simples, tão palpável, que é incrível que os economistas, com todos os seus conhecimentos, o não tenham apercebido. Se o aperceberam porque não o denunciaram?
Comentário histórico. Preocupam-se muito hoje com uma operação de finanças de que se espera um grande resultado para a diminuição do orçamento; trata-se da conversão da renda de 5 por cento. Deixando de lado a questão político-legal, para só ver a questão financeira, não é verdade que, pelas mesmas razões e necessidades, quando se tiverem convertido os 5 por cento em 4 por cento será preciso mais tarde transformar os 4 em 3, depois os 3 em 2, depois os 2 em 1, depois abolir enfim toda a espécie de renda? Mas isso será, pelo próprio facto, decretar a igualdade das condições e a abolição da propriedade: ora, parecer-me-ia mais digno de uma nação inteligente adiantar-se a uma revolução inevitável do que deixar-se arrastar pela necessidade inflexível.
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