sexta-feira, abril 30, 2010

Prioridades: sempre foi, sempre será

Os desempregados podem prescindir de um quarto da protecção social que pagaram com os seus próprios descontos, mas nem a Mota-Engil, nem os bancos que também ganham com a empreitada prescindem dos 1429 milhões de euros da terceira auto-estrada entre Lisboa e Porto, que será paga com o que será descontado ao país. E quem também não prescinde da sua merecida indigitação para suceder a Vítor Constâncio é Carlos Costa. Foi com ele, quando era vice-presidente do BEI, que a Estradas de Portugal celebrou o acordo de financiamento, obtendo o máximo possível que poderia obter com a candidatura que apresentou junto do Banco Europeu de Investimentos. Tal como as restantes, a sua recompensa tornou-se uma prioridade.

Os votos de 600 mil desempregados e da multidão de descontentes seriam mais do que suficientes para mudarem a orientação das prioridades do país. Ao abdicarem da mudança, colocando
a estabilidade do que sempre foi entre as suas prioridades, os portugueses continuam a fazer do “sempre foi” um “sempre será”. Um mundo de inspiração.

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