Recentemente, no Estado espanhol, foram dirigidos poderosos ataques contra o juiz Baltazar Garzón, por este ter tentado investigar os crimes cometidos durante a ditadura franquista. Parte da esquerda espanhola e dos movimentos sociais mobilizaram-se a seu favor, tentando defendê-lo das manobras judiciais da direita (que visavam afastá-lo) e assumindo-se em apoio das vítimas do franquismo. No país vizinho, houve diversas manifestações e petições de intelectuais em sua defesa, mas considerando apenas este lado da acção do “juiz estrela”. Também, na mesma linha, surgiu em Portugal uma petição a seu favor. Entretanto, Garzón era suspenso das suas funções pelo Conselho Geral do Poder Judiciário.
Sabendo tudo o que aqui estava em jogo, nomeadamente as cumplicidades de Baltasar Garzón com a tortura praticada pelo Estado espanhol, lamenta-se que parte significativa dos nossos democratas e intelectuais ibéricos tenha tentado transformar Garzón num herói, mostrando, uma vez mais, a sua visão limitada, preconceituosa e selectiva (será que a tortura de alegados militantes políticos radicais não é um crime?) em relação aos direitos humanos que dizem defender. Eles, habitualmente, só se preocupam com a repressão quando ela chega à sua gente ou, então, apenas com alguns presos e indivíduos, conforme a cor dos regimes políticos.
Sabendo tudo o que aqui estava em jogo, nomeadamente as cumplicidades de Baltasar Garzón com a tortura praticada pelo Estado espanhol, lamenta-se que parte significativa dos nossos democratas e intelectuais ibéricos tenha tentado transformar Garzón num herói, mostrando, uma vez mais, a sua visão limitada, preconceituosa e selectiva (será que a tortura de alegados militantes políticos radicais não é um crime?) em relação aos direitos humanos que dizem defender. Eles, habitualmente, só se preocupam com a repressão quando ela chega à sua gente ou, então, apenas com alguns presos e indivíduos, conforme a cor dos regimes políticos.
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