Começa nesta quarta-feira (26) e vai até o dia 30 em Atenas o B-Fest 2010. O evento contará com a participação de David Graeber, Richard Stallman, Iraq Veterans Against the War, Alternative Libertaire, CrimethInc., entre outros. Estão programadas ainda exposições, concertos, performances, mostra de filmes e muito mais.B-Fest 2010
O fim da modernidade nos tem inundado com a ostentação e a sobre-simplificação do pós-moderno, e o futuro parece uma reprise do passado. Tudo foi anunciado. Mas desde que a sociedade não é eterna, um ataque do futuro nos deu uma nova esperança.
Nasceu em Dezembro e quando completou um ano ela não seguiu, como alguns iriam esperar, os termos da ideologia, não se tornando nem um aniversário nem um pedinte à espera de algo vindo da autoridade política ou social. O indivíduo coletivo, igualmente oposto à massa sem rosto e à pessoa isolada individualista, atuou em um tempo social livre, público, e o acontecimento da insurreição foi compreendido como múltiplas fendas de liberdade. Nas metrópoles e ao redor dela, a liberdade contra-ataca com todas suas faces. Com a face da coletividade em espaços públicos e vizinhanças, com a face de milhares na marcha da Escola Politécnica, com milhares de faces que se encontram nos movimentos da imaginação, criatividade e ação.
No ano passado o B-Fest foi um momento de liberdade no tempo público, um projeto político e cultural em direção ao alargamento das fendas que o acontecimento tinha criado. Fendas de pensamento e ação que destroem as estruturas tradicionais e desconstroem o presente. Este é o espírito geral sob o qual o periódico anti-autoritário Babylonia organizou o primeiro, internacional, Festival anti-autoritário na Escola de Belas Artes em Atenas, de 27 a 31 de maio de 2009. O Babylonia é publicado desde 2003, baseado em procedimentos não-hierárquicos de democracia direta, e preenche a necessidade da sociedade grega por contra-informações não-mediadas.
Tornou-se internacional em Julho de 2008, cooperando com o pensamento radical dos Estados Unidos, assim como é expresso pela rede ZNET (sem, é claro, coincidir completamente com os pontos de vista da rede, mas ao invés disso criando uma forte base de diálogo). Como resultado de nossa cooperação, intelectuais radicais e ativistas da rede, como Michael Albert e Howard Zinn, compartilharam uma correnteza de idéias e sugestões dentro de anfiteatros lotados e experienciaram debates expressivos, vívidos, radicais. A resposta e a participação massiva superaram as nossas estimativas pessoais, a partir do momento em que o público entusiasmado viajou no mundo das significações por cinco dias até as primeiras horas da manhã. As 30.000 – 40.000 pessoas que participaram nos debates, shows, peças teatrais, happenings artísticos e nas oficinas políticas provaram o sucesso de nosso festival.
Para ser mais exato, Michael Albert falou sobre a crise e as desigualdades sociais do capitalismo, bem como sua própria proposta para uma sociedade participativa. Howard Zinn fez menção ao valor da desobediência civil, Andrej Grubacic falou sobre as formas modernas de ação, Biffo fez uma conexão dos locais de trabalho com a crise financeira e a resistência, enquanto tivemos o professor Chomsky falando pela internet por 45 minutos sobre estes assuntos, já que ele não pôde vir devido a questões pessoais.
Ao mesmo tempo oficinas foram realizadas com muito sucesso, tratando de vários assuntos, tais como: minorias, imigrantes, Fortaleza-Europa, energia e a questão agricultural, educação, espaço público, movimentos relativos à questão carcerária, identidades de gênero, e muitos outros de natureza cultural. Você pode se informar também visitando o www.bfest.gr.
A sociedade nos ignorou e nós verificamos que ser aberto não uma superfície organizacional, mas um procedimento vivo no âmago da práxis. Portanto, é entendível que o legado dos festivais anteriores nos inspire e nos traga um sentimento de maiores responsabilidades e altas expectativas para este próximo evento.
Considerando alguns dos assuntos mais significantes do nosso movimento, planejamos a agenda do nosso próximo festival desta maneira: energia, ecologia e questões da comida, espaços públicos livres, novas revoltas como acontecimentos emancipatórios, e o principal tema (não somente para a realidade moderna grega), a imigração.
A programação completa do festival pode ser conferida aqui: www.bfest.gr
Tradução > Marcelo Yokoi
agência de notícias anarquistas-ana
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