[Livros, jornais, revistas, folhetos, camisetas, vídeos, CDs, exposições, conversas, som acústico, comes e bebes, entretenimento... Isso e muito mais é o que promete a 3ª Feira do Livro Anarquista de Lisboa, que ocorre a partir da próxima sexta-feira e vai até domingo. Confira abaixo a programação.]
[Sexta-feira (21), das 16h às 23h]
17h30: Apresentação do filme “Bombs, blood and Capital” (75m) seguido de conversa sobre as lutas na Itália nos anos 70.
Um olhar geral e análise crítica sobre o movimento na Itália que irrompeu após as bombas na Piazza Fontana e o assassinato às mãos da polícia do companheiro Pinelli, em Milão, em Dezembro de 1969.
A repressão estatal daqueles anos ficou conhecida como estratégia de tensão, destinada a acalmar e despedaçar o ímpeto do movimento de trabalhadores, cuja resistência se expressava numa onda de greves selvagens que muitas vezes se transformavam em motins incontroláveis e imprevisíveis.
À parte de toda a recuperação que se fazia por sindicatos e partidos de esquerda, existiam outros grupos com uma total recusa do Estado e da democracia, que escolhiam formas de luta mais radicais, que incluíam críticas ao cotidiano e uma prática de luta armada.
20h: Jantarada.
21h30: Passagem do filme ”Squat Wars” com a presença do autor, seguido de debate sobre os movimentos de ocupação e o anarquismo.
"Squat Wars é um pequeno documentário sobre o movimento okupa em Praga. O filme foca a história das duas okupações mais conhecidas na República Checa, a Landroka (despejada em 2000), a Milada (despejada no último Verão) e a Zenklovka, que antecedeu esta última. A história é desenhada através de entrevistas com antigos habitantes e material de arquivo (fotos e vídeos)." Duração: 27 minutos. Linguagem: Checo, com legendas em Inglês.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=fzbvWOD_nZQ
A passagem do filme servirá de mote para um debate sobre a forma como os movimentos de ocupação estão relacionados com o anarquismo e de como esses movimentos poderão ser relevantes enquanto tática para a obtenção de espaços para atividades anarquistas nos dias de hoje.
[Sábado (22), das 14h às 23h]
15h: Apresentação do Grupo Surrealista de Madri e do livro ”Qué hay de nuevo, viejo? Textos e declaraciones del Movimiento Surrealista dos Estados Unidos (1967-1999)" pelo Grupo Surrealista de Madri e pelo Grupo Editorial Pepitas de Calabaza, seguido de uma apresentação da atividade surrealista até aos dias de hoje.
A partir da apresentação do livro "¿Qué hay de nuevo, viejo? Textos y declaraciones del Movimiento Surrealista de los Estados Unidos (1967-1999)" do Grupo Surrealista de Madri editado na Espanha pelo Grupo Editorial Pepitas de Calabaza, e da apresentação da revista Salamandra editada pelo Grupo Surrealista de Madri, irá passar-se em revista aquela que tem sido a atividade surrealista dos anos 60 até aos dias de hoje, sempre com uma atitude crítica e de incontestável rebeldia. A apresentação estará a cargo do Grupo Editorial Pepitas de Calabaza e do Grupo Surrealista de Madri.
17h: “Do erótico e o anarquista”: Conversa-Colóquio.
Desfrutar do prazer aprendendo do passado: análise das contribuições teórico-práticas a partir das posturas revolucionárias que foram influenciar as diferentes vivências sexuais e eróticas.
Pretendemos criar o hábito de falar destas questões, acostumarmo-nos a fazê-lo e, se for necessário, dedicar tempo e esforço a reuniões específicas que versem sobre o erótico e o sexual. Definitivamente, trata-se de romper com temas tabus nos nossos meios de convivência anárquica. Deste modo, pretendemos refletir sobre questões que são freqüentemente tomadas como dado adquirido sem que tenham ficado completamente claras.
Não procuramos a verdade, mas sim evitar o dogma e a injustiça. Pretendemos questionar as normativas existentes para poder criar um caminho próprio. Em última instância, o objetivo final será tentar promover uma atitude positiva em relação à sexualidade e ao erotismo, não mediada pelo medo e sim por todo o potencial que possuímos como animais sexuados, sensíveis e sensuais, que somos. Deixar de nos percebermos, nós próprios, associados ao perigo e construirmo-nos como autênticas fontes de prazer.
19h: Apresentação dos livros “El Educador Mercenario” e “La Escuela y la Bala”, seguido de debate com a presença do autor Pedro Garcia Olivo.
A partir da apresentação dos livros "El Educador Mercenario" e "La Escuela y la Bala", esboçar-se-ão duas modalidades de transmissão de saber que radicalmente se confrontam: de um lado, a escola de origem ocidental, instância de reprodução de uma sociedade fraturada e de uma ordem política opressiva; do outro, a educação comunitária indígena, forma socializadora e moralizadora que corresponde a uma organização igualitária, "comunalista" desde o ponto de vista econômico e visceralmente democrática no político. O "El Educador Mercenario" centra-se na forma ocidental do Confinamento Educativo, enquanto que o "La Escuela y la Bala" aborda o horizonte sócio-político e o conteúdo da educação "que se respira", sem encerramento, sem professores, sem exames... A opressão social e política exige a Escola para se sustentar, do mesmo modo que o igualitarismo indígena e as suas práticas de democracia direta expressam-se em modalidades informais de educação comunitária. Entre estas duas propostas trava-se hoje um confronto dramático, no qual a Escola leva vantagem, pois acompanha indefectivelmente a globalização capitalista e a universalização da democracia liberal.
20h30: Jantar Gang do Avental.
21h30: Concerto acústico TODO O NADA.
[Domingo (23), das 14h às 22h]
15h: Conversa “A Nato [Otan] nos tempos que correm e aquilo que temos a dizer”.
Sobre A NATO nos tempos que correm e aquilo que temos a dizer. O que representa hoje a tropa do Império Ocidental? Que relação estratégica a liga ao capitalismo global e quais os conflitos latentes em cima da mesa? Que novos objetivos se propõe, que ameaças faz pesar sobre nós?
Que exigências se colocam a uma presença libertária que não amplifique a fundamentação midiática da escalada de morte?
17h: Conversa sobre “A Memória Anticapitalista: Grupos Autônomos e a luta anticapitalista no Estado Espanhol nos anos 70 e 80.
"Nunca compreenderemos o passado se não somos capazes de sabotar todas as mistificações do presente." (Miguel Amorós)
Considerando a autonomia, ou os grupos autônomos, como um tema importante para levar a debate, a apresentação do livro "Por la Memoria Anticapitalista" pretende recuperar, à margem do capital e da historiografia do poder, as bases originais históricas de tais grupos, assim como o seu desenvolvimento e ação, reflexionando também sobre as suas vantagens e limitações.
Tudo isto num contexto e tempo limitado. Tomando como ponto de partida a gênese e o auge da autonomia operária do estado espanhol desde o ano de 1970 até 1976, este livro tenta trazer à luz alguns dos grupos autônomos de ação antifranquistas e, sobretudo, anticapitalistas que atuaram no estado espanhol e na França. Alguns desses grupos são: MIL- GAC (Movimiento Iberico de Liberacion-Grupos autonomos de Combate); GARI (Grupos de Accion Revolucionaria Internacionalista); GRUPOS AUTONOMOS de Valencia; GRUPOS AUTONOMOS ANTICAPITALISTAS de Euskalerria/ ACCTION DIRECTE; COPEL (Cordinadora de presos en lucha de Madri).
Concluindo, trata-se de um exercício de memória e reconstrução histórica que vai desde os inícios dos anos 70 (começa as atividades do MIL) até 87 (caída do grupo francês Action Directe). Uma história contada pelos seus verdadeiros protagonistas.
19h: Conversa sobre A. Bonano, C. Stratigopolos e não só…
Alfredo Bonanno e Christos Statigopoulos são dois anarquistas presos na Grécia acusados de um assalto a um banco. Primeiramente detidos na prisão de Amfissa, foram posteriormente transferidos para a prisão de Korydallos, em Atenas.
Esta conversa pretende não só dar a conhecer a situação atual dos companheiros, principalmente a de A. Bonanno, cuja permanência na prisão é um ato de vingança clara do estado sobre um inimigo declarado e que está a provocar um perigoso agravamento do estado de saúde do companheiro; mas também a de outros companheiros aprisionados pelo estado grego e não só...
21h: Comezaina
+ Exposições de cartazes.
+ Bancas de livros e materiais.
Local: BOESG- Biblioteca dos Operários ou Biblioteca e Observatório dos Estragos da Sociedade Globalizada. R. das Janelas Verdes, 13-1ºesq. - Santos, Lisboa. Entrada franca. Este ano os cães não poderão entrar.
Mais infos: feiradolivroanarquista.blogspot.com
Contato: feiradolivroanarquista@gmail.com
agência de notícias anarquistas-ana
[Sexta-feira (21), das 16h às 23h]
17h30: Apresentação do filme “Bombs, blood and Capital” (75m) seguido de conversa sobre as lutas na Itália nos anos 70.
Um olhar geral e análise crítica sobre o movimento na Itália que irrompeu após as bombas na Piazza Fontana e o assassinato às mãos da polícia do companheiro Pinelli, em Milão, em Dezembro de 1969.
A repressão estatal daqueles anos ficou conhecida como estratégia de tensão, destinada a acalmar e despedaçar o ímpeto do movimento de trabalhadores, cuja resistência se expressava numa onda de greves selvagens que muitas vezes se transformavam em motins incontroláveis e imprevisíveis.
À parte de toda a recuperação que se fazia por sindicatos e partidos de esquerda, existiam outros grupos com uma total recusa do Estado e da democracia, que escolhiam formas de luta mais radicais, que incluíam críticas ao cotidiano e uma prática de luta armada.
20h: Jantarada.
21h30: Passagem do filme ”Squat Wars” com a presença do autor, seguido de debate sobre os movimentos de ocupação e o anarquismo.
"Squat Wars é um pequeno documentário sobre o movimento okupa em Praga. O filme foca a história das duas okupações mais conhecidas na República Checa, a Landroka (despejada em 2000), a Milada (despejada no último Verão) e a Zenklovka, que antecedeu esta última. A história é desenhada através de entrevistas com antigos habitantes e material de arquivo (fotos e vídeos)." Duração: 27 minutos. Linguagem: Checo, com legendas em Inglês.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=fzbvWOD_nZQ
A passagem do filme servirá de mote para um debate sobre a forma como os movimentos de ocupação estão relacionados com o anarquismo e de como esses movimentos poderão ser relevantes enquanto tática para a obtenção de espaços para atividades anarquistas nos dias de hoje.
[Sábado (22), das 14h às 23h]
15h: Apresentação do Grupo Surrealista de Madri e do livro ”Qué hay de nuevo, viejo? Textos e declaraciones del Movimiento Surrealista dos Estados Unidos (1967-1999)" pelo Grupo Surrealista de Madri e pelo Grupo Editorial Pepitas de Calabaza, seguido de uma apresentação da atividade surrealista até aos dias de hoje.
A partir da apresentação do livro "¿Qué hay de nuevo, viejo? Textos y declaraciones del Movimiento Surrealista de los Estados Unidos (1967-1999)" do Grupo Surrealista de Madri editado na Espanha pelo Grupo Editorial Pepitas de Calabaza, e da apresentação da revista Salamandra editada pelo Grupo Surrealista de Madri, irá passar-se em revista aquela que tem sido a atividade surrealista dos anos 60 até aos dias de hoje, sempre com uma atitude crítica e de incontestável rebeldia. A apresentação estará a cargo do Grupo Editorial Pepitas de Calabaza e do Grupo Surrealista de Madri.
17h: “Do erótico e o anarquista”: Conversa-Colóquio.
Desfrutar do prazer aprendendo do passado: análise das contribuições teórico-práticas a partir das posturas revolucionárias que foram influenciar as diferentes vivências sexuais e eróticas.
Pretendemos criar o hábito de falar destas questões, acostumarmo-nos a fazê-lo e, se for necessário, dedicar tempo e esforço a reuniões específicas que versem sobre o erótico e o sexual. Definitivamente, trata-se de romper com temas tabus nos nossos meios de convivência anárquica. Deste modo, pretendemos refletir sobre questões que são freqüentemente tomadas como dado adquirido sem que tenham ficado completamente claras.
Não procuramos a verdade, mas sim evitar o dogma e a injustiça. Pretendemos questionar as normativas existentes para poder criar um caminho próprio. Em última instância, o objetivo final será tentar promover uma atitude positiva em relação à sexualidade e ao erotismo, não mediada pelo medo e sim por todo o potencial que possuímos como animais sexuados, sensíveis e sensuais, que somos. Deixar de nos percebermos, nós próprios, associados ao perigo e construirmo-nos como autênticas fontes de prazer.
19h: Apresentação dos livros “El Educador Mercenario” e “La Escuela y la Bala”, seguido de debate com a presença do autor Pedro Garcia Olivo.
A partir da apresentação dos livros "El Educador Mercenario" e "La Escuela y la Bala", esboçar-se-ão duas modalidades de transmissão de saber que radicalmente se confrontam: de um lado, a escola de origem ocidental, instância de reprodução de uma sociedade fraturada e de uma ordem política opressiva; do outro, a educação comunitária indígena, forma socializadora e moralizadora que corresponde a uma organização igualitária, "comunalista" desde o ponto de vista econômico e visceralmente democrática no político. O "El Educador Mercenario" centra-se na forma ocidental do Confinamento Educativo, enquanto que o "La Escuela y la Bala" aborda o horizonte sócio-político e o conteúdo da educação "que se respira", sem encerramento, sem professores, sem exames... A opressão social e política exige a Escola para se sustentar, do mesmo modo que o igualitarismo indígena e as suas práticas de democracia direta expressam-se em modalidades informais de educação comunitária. Entre estas duas propostas trava-se hoje um confronto dramático, no qual a Escola leva vantagem, pois acompanha indefectivelmente a globalização capitalista e a universalização da democracia liberal.
20h30: Jantar Gang do Avental.
21h30: Concerto acústico TODO O NADA.
[Domingo (23), das 14h às 22h]
15h: Conversa “A Nato [Otan] nos tempos que correm e aquilo que temos a dizer”.
Sobre A NATO nos tempos que correm e aquilo que temos a dizer. O que representa hoje a tropa do Império Ocidental? Que relação estratégica a liga ao capitalismo global e quais os conflitos latentes em cima da mesa? Que novos objetivos se propõe, que ameaças faz pesar sobre nós?
Que exigências se colocam a uma presença libertária que não amplifique a fundamentação midiática da escalada de morte?
17h: Conversa sobre “A Memória Anticapitalista: Grupos Autônomos e a luta anticapitalista no Estado Espanhol nos anos 70 e 80.
"Nunca compreenderemos o passado se não somos capazes de sabotar todas as mistificações do presente." (Miguel Amorós)
Considerando a autonomia, ou os grupos autônomos, como um tema importante para levar a debate, a apresentação do livro "Por la Memoria Anticapitalista" pretende recuperar, à margem do capital e da historiografia do poder, as bases originais históricas de tais grupos, assim como o seu desenvolvimento e ação, reflexionando também sobre as suas vantagens e limitações.
Tudo isto num contexto e tempo limitado. Tomando como ponto de partida a gênese e o auge da autonomia operária do estado espanhol desde o ano de 1970 até 1976, este livro tenta trazer à luz alguns dos grupos autônomos de ação antifranquistas e, sobretudo, anticapitalistas que atuaram no estado espanhol e na França. Alguns desses grupos são: MIL- GAC (Movimiento Iberico de Liberacion-Grupos autonomos de Combate); GARI (Grupos de Accion Revolucionaria Internacionalista); GRUPOS AUTONOMOS de Valencia; GRUPOS AUTONOMOS ANTICAPITALISTAS de Euskalerria/ ACCTION DIRECTE; COPEL (Cordinadora de presos en lucha de Madri).
Concluindo, trata-se de um exercício de memória e reconstrução histórica que vai desde os inícios dos anos 70 (começa as atividades do MIL) até 87 (caída do grupo francês Action Directe). Uma história contada pelos seus verdadeiros protagonistas.
19h: Conversa sobre A. Bonano, C. Stratigopolos e não só…
Alfredo Bonanno e Christos Statigopoulos são dois anarquistas presos na Grécia acusados de um assalto a um banco. Primeiramente detidos na prisão de Amfissa, foram posteriormente transferidos para a prisão de Korydallos, em Atenas.
Esta conversa pretende não só dar a conhecer a situação atual dos companheiros, principalmente a de A. Bonanno, cuja permanência na prisão é um ato de vingança clara do estado sobre um inimigo declarado e que está a provocar um perigoso agravamento do estado de saúde do companheiro; mas também a de outros companheiros aprisionados pelo estado grego e não só...
21h: Comezaina
+ Exposições de cartazes.
+ Bancas de livros e materiais.
Local: BOESG- Biblioteca dos Operários ou Biblioteca e Observatório dos Estragos da Sociedade Globalizada. R. das Janelas Verdes, 13-1ºesq. - Santos, Lisboa. Entrada franca. Este ano os cães não poderão entrar.
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Contato: feiradolivroanarquista@gmail.com
agência de notícias anarquistas-ana
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