quarta-feira, junho 30, 2010

[Espanha] Solidariedade com o/as antifascistas russo/as assassinado/as

[Antifascistas se concentram em frente a Embaixada Russa em Madri para recordar a todo/as o/as companheiro/as russo/as assassinado/as impunemente por fascistas daquele país nos últimos meses.]

No dia 24 do passado mês de maio foram realizados dois ataques de grupos fascistas nas cidades de Riazán e de Moscou. Nesse funesto dia, os nomes de Dmitry Kashitsyn e de Kostya Lunkin passaram a fazer parte da cada vez mais extensa lista de vítimas do fascismo na Rússia, que cresce dia após dia com a cumplicidade das Forças de Segurança do Estado Russo.

Na cidade de Riazán, o jovem antifascista Kostya Lunkin, de 25 anos, foi abordado na frente de sua própria casa no dia de seu aniversário. A superioridade numérica de seus agressores lhe impediu de evitar o ataque e foi vítima de uma dura surra que terminou fraturando o crânio, onde entrou em estado de coma que nunca chegou a acordar. Faleceu sete dias depois por causa do espancamento. Pese a que dois "supostos" participantes do assassinato foram detidos e reconhecidos pelas testemunhas da agressão, eles foram postos em liberdade no dia seguinte.

Por outro lado, Dmitry Kashitsyn, de 27 anos, e seu grupo de amigos, celebravam nesse mesmo dia, 24 de maio, o aniversário de um deles ao noroeste da cidade de Moscou. Sem prévio aviso, um grupo de uns 40 fascistas, armados com pistolas de fogo e canivetes, atacaram o pequeno grupo que ainda continuava na celebração. O enfrentamento se saldou com a morte de Dmitry, que morreu antes da chegada da polícia e dos serviços médicos. Em seguida seu pai também faleceria devido a um ataque cardíaco.

Trata-se de dois novos assassinatos em um país onde as agressões de caráter racista contra imigrantes, militantes antifascistas, jovens de determinada estética ou indigentes são cada vez mais recorrentes. Só no período de 2003 até 2008, foram assassinadas mais de 300 pessoas a mãos destes grupos, sendo em muitas poucas ocasiões detidos os participantes destes fatos. A polícia russa tem mostrado de forma clara sua cumplicidade para com estes grupos ultradireitistas, que atuam com total impunidade, organizados em estruturas paramilitares que contam com treinamento militar e armamento.

Estes infames fatos, ocorridos nas entranhas do país que foi o principal artífice da derrota do nazi-fascismo durante a Segunda Guerra Mundial, fazem que seja mais fundamental que nunca recuperar o espírito do 9 de maio, Dia da Vitória. Os nomes de Dmitry e de Kostya passaram a estar junto daqueles que no passado deram suas vidas lutando contra a Alemanha hitlerista, e também junto aos de Alexander Rukhin, Alexey Krylov, Stanislav Markelov, Anastasia Baburova, Iván Khutorskoy, junto ao de nosso companheiro Carlos Palomino, e junto ao de outras tantas pessoas que foram vítimas do sanguinário fascismo. Que seus nome jamais sejam esquecidos!

Dmitry, irmão, nós não esquecemos!

Kostya, irmão, nós não esquecemos!

Não passarão!

Madri, 18 de junho de 2010.

Coordenadoria Antifascista de Madri

Fotos:

http://theplatform.nuevaradio.org/index.php?p=1054

agência de notícias anarquistas-ana

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