A imagem-vídeo democratiza-se: máquinas de filmar, telefones celulares, câmeras de vigilância por vídeo, mas também centenas de canais de TV em cada casa, diariamente milhões de vídeo postados e vistos na internet... Esta generalização de ferramentas para produzir imagem permite simultaneamente visioná-la e fazê-la, mais facilmente... as possibilidades de dizer, mostrar e testemunhar estão mais do que nunca ao alcance de qualquer um: permitir a expressão de todos, coletar informações, dar voz para aqueles e aquelas que nunca a tiveram ou simplesmente para alguém tomar a palavra...
Hoje, as sociedades contemporâneas produzem imagens e usam sem complexos o seu enorme poder sobre o imaginário de cada um. Objeto de propaganda, modela e deforma a nossa maneira de pensar; objeto de controle, torna-se câmera de vídeo-vigilância e ferramenta para arquivo policial tomado de ativistas em manifestações.
Muito poucos espaços oferecem imagens alternativas, ativistas, que vêm para desafiar e questionar este uso normalizado, propagandista e policialesco da imagem: porque a legislação é severa, porque as pessoas filmadas podem ser postas em perigo, porque as plataformas que permitem hoje difundir os nossos vídeos degradam o seu sentido pela publicidade ou pelo vazio que aí se vive.
Querer "fazer vídeo" hoje, quando se é ativista, é uma decisão que não pode ser nunca mais tomada de ânimo leve.
Diante destes fatos, nós - um grupo de pessoas de Lyon - decidimos reunirmo-nos à volta destas preocupações comuns e da proposta de um espaço de difusão de vídeos de divulgação e militantes: Rebellyon TV.
Em consonância com as ferramentas desenvolvidas pelo movimento anti-autoritário e igualitário de Lyon (Radio Canut, Rebellyon, AgendaLyon, Livraria Anarquista La Gryffe ou mais amplamente os nossos sindicatos ou os nossos coletivos…), esta plataforma está firmemente empenhada numa abordagem de questionamento e de mudança da sociedade num sentido igualitário, anti-autoritário.
Rebellyon TV é uma plataforma de difusão vídeo-alternativa e não-comercial (gratuidade, sem publicidade, confidencialidade dos utilizadores etc.), cujos princípios e objetivos fundamentais são:
• Ser um espaço de difusão autônomo: a fim de superar as pressões políticas e econômicas e, assim, decidir por nós mesmos o que será transmitido, fazendo na prática uma crítica aos grandes canais de televisão, bem como às plataformas de internet Dailymotion e Youtube.
• Ser um espaço criativo: pela divulgação de filmes que oferecem uma perspectiva diferente, questionando as nossas representações, que mexam com as nossas imagens pré-concebidas, através da promoção de múltiplas vozes, como uma alternativa à voz única, aquela que limita, dirige, controla, e dita o que se vai ver, aprisionando a nossa imaginação e a nossa liberdade de pensar e de agir.
• Sendo um espaço de reflexão crítica: pela escolha dos temas (por exemplo, movimentos sociais), pela maneira de tratá-los, através da divulgação de imagens censuradas, que ninguém pode ver, que ninguém mostra, pela nossa vontade de re-apropriação do vídeo como um meio para filmar e debater temas que nos tocam.
• Sugerir uma área de elaboração, de teste, de realização, de produção coletiva e de partilha dos nossos saberes: através de oficinas de formação, de empréstimo de equipamentos, de auxílio à realização ou à montagem. Mutualizando os nossos “saber-fazer”, eliminaremos a fronteira entre realizadores, atores, espectadores e observadores.
• Estabelecer um local de arquivo: para lutar contra a fragmentação da memória visual que é a nossa história e um dos fundamentos da nossa reflexão, para fazer a ligação com outros espaços de divulgação que contribuem para difundir estas imagens construindo um contra-poder, uma outra maneira de ver.
Funcionando de maneira informal, auto-gerida e não hierárquica, sem porta-voz, as decisões sendo tomadas por consenso (deliberações e decisões coletivas: tendo em conta os diferentes pontos de vista expressos). As tarefas são livremente divididas segundo os desejos de cada um. O coletivo elabora, escreve, realiza, monta e difunde os filmes em conformidade com a carta de princípios. O coletivo também tem sob sua responsabilidade a moderação dos vídeos propostos. Essas tarefas são distribuídas e mudam regularmente para lutar contra a especialização e o autoritarismo.
Rebellyon TV
Mais infos: http://tv.rebellyon.info/
Tradução > Liberdade à Solta
agência de notícias anarquistas-ana
Hoje, as sociedades contemporâneas produzem imagens e usam sem complexos o seu enorme poder sobre o imaginário de cada um. Objeto de propaganda, modela e deforma a nossa maneira de pensar; objeto de controle, torna-se câmera de vídeo-vigilância e ferramenta para arquivo policial tomado de ativistas em manifestações.
Muito poucos espaços oferecem imagens alternativas, ativistas, que vêm para desafiar e questionar este uso normalizado, propagandista e policialesco da imagem: porque a legislação é severa, porque as pessoas filmadas podem ser postas em perigo, porque as plataformas que permitem hoje difundir os nossos vídeos degradam o seu sentido pela publicidade ou pelo vazio que aí se vive.
Querer "fazer vídeo" hoje, quando se é ativista, é uma decisão que não pode ser nunca mais tomada de ânimo leve.
Diante destes fatos, nós - um grupo de pessoas de Lyon - decidimos reunirmo-nos à volta destas preocupações comuns e da proposta de um espaço de difusão de vídeos de divulgação e militantes: Rebellyon TV.
Em consonância com as ferramentas desenvolvidas pelo movimento anti-autoritário e igualitário de Lyon (Radio Canut, Rebellyon, AgendaLyon, Livraria Anarquista La Gryffe ou mais amplamente os nossos sindicatos ou os nossos coletivos…), esta plataforma está firmemente empenhada numa abordagem de questionamento e de mudança da sociedade num sentido igualitário, anti-autoritário.
Rebellyon TV é uma plataforma de difusão vídeo-alternativa e não-comercial (gratuidade, sem publicidade, confidencialidade dos utilizadores etc.), cujos princípios e objetivos fundamentais são:
• Ser um espaço de difusão autônomo: a fim de superar as pressões políticas e econômicas e, assim, decidir por nós mesmos o que será transmitido, fazendo na prática uma crítica aos grandes canais de televisão, bem como às plataformas de internet Dailymotion e Youtube.
• Ser um espaço criativo: pela divulgação de filmes que oferecem uma perspectiva diferente, questionando as nossas representações, que mexam com as nossas imagens pré-concebidas, através da promoção de múltiplas vozes, como uma alternativa à voz única, aquela que limita, dirige, controla, e dita o que se vai ver, aprisionando a nossa imaginação e a nossa liberdade de pensar e de agir.
• Sendo um espaço de reflexão crítica: pela escolha dos temas (por exemplo, movimentos sociais), pela maneira de tratá-los, através da divulgação de imagens censuradas, que ninguém pode ver, que ninguém mostra, pela nossa vontade de re-apropriação do vídeo como um meio para filmar e debater temas que nos tocam.
• Sugerir uma área de elaboração, de teste, de realização, de produção coletiva e de partilha dos nossos saberes: através de oficinas de formação, de empréstimo de equipamentos, de auxílio à realização ou à montagem. Mutualizando os nossos “saber-fazer”, eliminaremos a fronteira entre realizadores, atores, espectadores e observadores.
• Estabelecer um local de arquivo: para lutar contra a fragmentação da memória visual que é a nossa história e um dos fundamentos da nossa reflexão, para fazer a ligação com outros espaços de divulgação que contribuem para difundir estas imagens construindo um contra-poder, uma outra maneira de ver.
Funcionando de maneira informal, auto-gerida e não hierárquica, sem porta-voz, as decisões sendo tomadas por consenso (deliberações e decisões coletivas: tendo em conta os diferentes pontos de vista expressos). As tarefas são livremente divididas segundo os desejos de cada um. O coletivo elabora, escreve, realiza, monta e difunde os filmes em conformidade com a carta de princípios. O coletivo também tem sob sua responsabilidade a moderação dos vídeos propostos. Essas tarefas são distribuídas e mudam regularmente para lutar contra a especialização e o autoritarismo.
Rebellyon TV
Mais infos: http://tv.rebellyon.info/
Tradução > Liberdade à Solta
agência de notícias anarquistas-ana
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