Existe, entre alguns "pensadores" liberais, a crença mais ou menos enraizada de que "cultura subsidiada é cultura controlada" . Eles não gostam de nada controlado. A não ser que seja pelo mercado.
Eles também acreditam (é sabido que a ideologia é mais do domínio da fé e da convicção do que da reflexão ou do raciocínio) que a cultura é uma "manifestação espontânea e que assim forma sua própria demanda por um determinado produto ou estilo" ; por isso são firmemente contra os subsídios à cultura; ou seja, acreditam devotamente nas leis do mercado. Vejam como este curioso argumentário não é exclusivo dos nossos pachecos-pereiras, sousa-tavares ou césares-das-neves – já se estendeu ao outro lado do Atlântico e por lá também tem cultores com apelidos com tanto ou mais pedigree: "Se a maioria das pessoas não liga para literatura, para cinema e para artes em geral, não há sentido forçá-las a pagar por isso. Tornar compulsório o financiamento de manifestações artísticas é desrespeitar o gosto pessoal do contribuinte; faz com que lhe seja retirado o direito de pagar somente pela arte que lhe aprouver. É infantilizá-lo. Se ninguém, por exemplo, quiser saber de teatro de rua, a única solução minimamente sensata é deixá-lo definhar. Não há motivos para forçar o consumo. Quem se interessar, que vá atrás."
Em Portugal, José Pacheco Pereira é o paladino destes liberalíssimos "neo-cons" no combate pelo direito à escolha dos contribuintes e contra o controlo do pensamento dos pobrezinhos pelo Estado. Os seus argumentos radicalizaram-se recentemente , a propósito do Ministério da Cultura ter voltado atrás na intenção de cortar os subsídios à sua numerosa e reivindicativa prole de cortesãos.
Eles também acreditam (é sabido que a ideologia é mais do domínio da fé e da convicção do que da reflexão ou do raciocínio) que a cultura é uma "manifestação espontânea e que assim forma sua própria demanda por um determinado produto ou estilo" ; por isso são firmemente contra os subsídios à cultura; ou seja, acreditam devotamente nas leis do mercado. Vejam como este curioso argumentário não é exclusivo dos nossos pachecos-pereiras, sousa-tavares ou césares-das-neves – já se estendeu ao outro lado do Atlântico e por lá também tem cultores com apelidos com tanto ou mais pedigree: "Se a maioria das pessoas não liga para literatura, para cinema e para artes em geral, não há sentido forçá-las a pagar por isso. Tornar compulsório o financiamento de manifestações artísticas é desrespeitar o gosto pessoal do contribuinte; faz com que lhe seja retirado o direito de pagar somente pela arte que lhe aprouver. É infantilizá-lo. Se ninguém, por exemplo, quiser saber de teatro de rua, a única solução minimamente sensata é deixá-lo definhar. Não há motivos para forçar o consumo. Quem se interessar, que vá atrás."
Em Portugal, José Pacheco Pereira é o paladino destes liberalíssimos "neo-cons" no combate pelo direito à escolha dos contribuintes e contra o controlo do pensamento dos pobrezinhos pelo Estado. Os seus argumentos radicalizaram-se recentemente , a propósito do Ministério da Cultura ter voltado atrás na intenção de cortar os subsídios à sua numerosa e reivindicativa prole de cortesãos.
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