A “salvação de si mesmo do sujeito masculino" como refúgio ideológico de crise
da descendência regressiva da classe média de esquerda
"O sujeito é a mentira porque nega a sua própria definição objectiva por amor da incondicionalidade do seu próprio poder"
Adorno, Negative Dialektik
A crítica social não cai do céu nem se articula por si mesma. É o produto, rico de pressupostos intelectuais, de indivíduos que desenvolvem uma consciência crítica em disputa dolorosa e conflituosa com a sociedade e são impulsionados, em última instância pelos próprios objectos, a formular a sua crítica. Não há garantias de que esta posição cansativa e ingrata seja sustentável. Hans Magnus Enzensberger, que dá ele próprio um exemplo notável, encontrou quase há 50 anos as palavras próprias, com a maior concisão: "A lei da reflexão crescente é inexorável. Quem tentar escapar-lhe termina nas vendas da indústria da consciência." (Enzensberger 172)
Um exemplo recente desse declínio é um ensaio de Martin Dornis, na primeira edição da revista de Leipzig outside the box de dezembro de 2009, sob o título "A dialéctica negativa do sujeito masculino". Esta obra mal atamancada, cuja confusão conceptual e terminológica, insuficiência de conteúdo, contraditoriedade imanente, fé quase fanática no Iluminismo e total impossibilidade de demonstração das suas mensagens-chave, em associação com um gestus pseudogenial, dificultam enormemente uma discussão crítica séria – tal obra constitui um documento patético da alienação do seu autor do paradigma de crítica social que caracterizara o seu desenvolvimento intelectual e o seu trabalho como redactor e editor da EXIT! por muitos anos e a que agora "renuncia" publicamente com alvoroçados ciúmes: a saber, a crítica da dissociação e do valor e a crítica da ideologia do Iluminismo burguês que lhe está necessariamente ligada.
da descendência regressiva da classe média de esquerda
"O sujeito é a mentira porque nega a sua própria definição objectiva por amor da incondicionalidade do seu próprio poder"
Adorno, Negative Dialektik
A crítica social não cai do céu nem se articula por si mesma. É o produto, rico de pressupostos intelectuais, de indivíduos que desenvolvem uma consciência crítica em disputa dolorosa e conflituosa com a sociedade e são impulsionados, em última instância pelos próprios objectos, a formular a sua crítica. Não há garantias de que esta posição cansativa e ingrata seja sustentável. Hans Magnus Enzensberger, que dá ele próprio um exemplo notável, encontrou quase há 50 anos as palavras próprias, com a maior concisão: "A lei da reflexão crescente é inexorável. Quem tentar escapar-lhe termina nas vendas da indústria da consciência." (Enzensberger 172)
Um exemplo recente desse declínio é um ensaio de Martin Dornis, na primeira edição da revista de Leipzig outside the box de dezembro de 2009, sob o título "A dialéctica negativa do sujeito masculino". Esta obra mal atamancada, cuja confusão conceptual e terminológica, insuficiência de conteúdo, contraditoriedade imanente, fé quase fanática no Iluminismo e total impossibilidade de demonstração das suas mensagens-chave, em associação com um gestus pseudogenial, dificultam enormemente uma discussão crítica séria – tal obra constitui um documento patético da alienação do seu autor do paradigma de crítica social que caracterizara o seu desenvolvimento intelectual e o seu trabalho como redactor e editor da EXIT! por muitos anos e a que agora "renuncia" publicamente com alvoroçados ciúmes: a saber, a crítica da dissociação e do valor e a crítica da ideologia do Iluminismo burguês que lhe está necessariamente ligada.
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