2. O Idealismo de Proudhon
Para os idealistas absolutos, a matéria não tem existência própria e as ideias são pré-formadas, ou seja existem desde sempre. Elas existem para serem descobertas pelo sujeito, independentemente de toda a acção sobre o mundo sensível. O pensar é portanto uma apreensão pelo homem do logos eterno e desenvolve-se fora de toda a intervenção material.
A importância que Proudhon atribui ao trabalho enquanto modo de emprego dum utensílio, permite desde já fazer tábua rasa das afirmações respeitante ao seu pretenso idealismo.
A confusão vem de que Proudhon qualifica o seu sistema de ideo-realismo. Para Proudhon, a matéria é real, e toda a ideia, todo o conceito, toda a abstracção, todo o pensar, são nascidos desta realidade. No entanto, como o pensar é representação, percepção humana da realidade, o desenvolvimento do pensar individual pode fazer-se sobre signos por operações intelectuais sobre símbolos e portanto duma maneira relativamente independente da realidade, apesar desta estar na origem dos conceitos. Realidade e ideia estão então em relação dialéctica do mesmo modo que o conhecimento não pode vir a não ser da prática, que ela conserva uma certa autonomia em relação a esta, e não pode permitir agir sobre a matéria a não ser que ela seja adequada à realidade, pois “A ideia sai da acção e volta à acção sob pena de declínio pelo agente”.
É na luta contra a natureza, para satisfazer as suas necessidades, para assegurar a sua sobrevivência, que o homem em situação adquire os conhecimentos necessários à sua acção. A matéria está portanto na origem de todo o conhecimento e de toda a interpretação da realidade do mundo, em função bem entendido, das condições existentes do pensar. É assim que o homem na sua incapacidade original para explicar certos fenómenos bem reais, projectou a sua impotência na figura de Deus todo poderoso. Notemos a fineza da análise de Proudhon, a ideia de Deus não é antropomórfica como tinha dito Feuerbach ( o homem criou Deus à sua imagem), mas anti-antropomórfica, pois o homem projectou sobre Deus as qualidades que não tinha. Ora, pouco a pouco, o pensar codifica as suas abstracções, exprime-se por signos, símbolos, sobre os quais pode haver operações independentes das formas que os geraram, e que conduzem à criação de conjuntos puramente conceptuais.
Mas estas novas operações do espírito, estas transformações sucessivas dos signos, procedente de formas materiais, têm por sanção da sua verdade, da sua eficácia, enquanto elementos de interpretação, os efeitos da sua confrontação à realidade.
Assim, os pontos de convergência com a teoria marxista do conhecimento são enormes, na medida em que vemos que em Proudhon há uma edificação contínua do conhecimento pela confrontação incessante entre a teoria e a prática. Proudhon não é portanto um idealista já que encontramos a matéria, a natureza, a realidade onde tudo o que quereríamos duma parte, na origem do pensar, e de outra parte, como critério do seu impacto.
Para os idealistas absolutos, a matéria não tem existência própria e as ideias são pré-formadas, ou seja existem desde sempre. Elas existem para serem descobertas pelo sujeito, independentemente de toda a acção sobre o mundo sensível. O pensar é portanto uma apreensão pelo homem do logos eterno e desenvolve-se fora de toda a intervenção material.
A importância que Proudhon atribui ao trabalho enquanto modo de emprego dum utensílio, permite desde já fazer tábua rasa das afirmações respeitante ao seu pretenso idealismo.
A confusão vem de que Proudhon qualifica o seu sistema de ideo-realismo. Para Proudhon, a matéria é real, e toda a ideia, todo o conceito, toda a abstracção, todo o pensar, são nascidos desta realidade. No entanto, como o pensar é representação, percepção humana da realidade, o desenvolvimento do pensar individual pode fazer-se sobre signos por operações intelectuais sobre símbolos e portanto duma maneira relativamente independente da realidade, apesar desta estar na origem dos conceitos. Realidade e ideia estão então em relação dialéctica do mesmo modo que o conhecimento não pode vir a não ser da prática, que ela conserva uma certa autonomia em relação a esta, e não pode permitir agir sobre a matéria a não ser que ela seja adequada à realidade, pois “A ideia sai da acção e volta à acção sob pena de declínio pelo agente”.
É na luta contra a natureza, para satisfazer as suas necessidades, para assegurar a sua sobrevivência, que o homem em situação adquire os conhecimentos necessários à sua acção. A matéria está portanto na origem de todo o conhecimento e de toda a interpretação da realidade do mundo, em função bem entendido, das condições existentes do pensar. É assim que o homem na sua incapacidade original para explicar certos fenómenos bem reais, projectou a sua impotência na figura de Deus todo poderoso. Notemos a fineza da análise de Proudhon, a ideia de Deus não é antropomórfica como tinha dito Feuerbach ( o homem criou Deus à sua imagem), mas anti-antropomórfica, pois o homem projectou sobre Deus as qualidades que não tinha. Ora, pouco a pouco, o pensar codifica as suas abstracções, exprime-se por signos, símbolos, sobre os quais pode haver operações independentes das formas que os geraram, e que conduzem à criação de conjuntos puramente conceptuais.
Mas estas novas operações do espírito, estas transformações sucessivas dos signos, procedente de formas materiais, têm por sanção da sua verdade, da sua eficácia, enquanto elementos de interpretação, os efeitos da sua confrontação à realidade.
Assim, os pontos de convergência com a teoria marxista do conhecimento são enormes, na medida em que vemos que em Proudhon há uma edificação contínua do conhecimento pela confrontação incessante entre a teoria e a prática. Proudhon não é portanto um idealista já que encontramos a matéria, a natureza, a realidade onde tudo o que quereríamos duma parte, na origem do pensar, e de outra parte, como critério do seu impacto.
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