7. Proudhon não concebia a tomada do poder pela Revolução, nem a necessidade da Ditadura do Proletariado.
Eis uma crítica mais séria. É necessário precisar de seguida que ela não pode ser feita a não ser em nome duma outra problemática, da tomada do poder e da revolução. Explicar-me-ei sobre este ponto. Todavia, Proudhon, na sua última obra publicada depois da sua morte e já citada, não negligenciava a necessidade, em certas condições, de tomar o poder de maneira violenta e de se manter por uma fase de ditadura. Digamos que desconfiava, e a história do meu ponto de vista deu-lhe razão, de toda a tomada do poder por uma intitulada élite dizendo-se representativa do proletariado. Temia, a justo título, que a fase transitória da ditadura do proletariado se eternizasse se, antes da revolução, uma larga fracção do proletariado não se tivesse preparado para a gestão da sociedade futura. Por outro lado, aquando da sua intervenção na Câmara em 1848, Proudhon afirmou que, se os capitalistas não procedessem à revolução social, os proletários o fariam sem eles, pela violência.
Entretanto, a atitude de Proudhon, que tinha vivido ele próprio, as condições de vida do proletariado, que sempre se debateu com inextricáveis dificuldades pecuniárias, não era certamente voluntarista. O comportamento de Blanqui, fundado em pequenas minorias eficazes, com uma mentalidade de conspirador, comportamento do qual Bakunine foi um dos mais marcantes representantes, não satisfazia Proudhon. Este sabia que a evolução das condições reais da revolução social vinha dum lento trabalho em profundidade, que manipuladores profissionais poderiam apenas catalizar. Mas para fazer o quê, se com a revolução acabada de chegar, o proletariado se revelava incapaz de tomar em mãos o seu destino e encontrava-se forçado a tornar a colocá-lo nas mãos de competências mais afirmadas? Que risco enorme o povo corria de ser de novo subjugado por novos mestres, que não tardariam muito a reedificar o sistema de dominação hierárquica e a orientar a sociedade num sentido favorável aos seus interesses? Basta referir -mo-nos a Voline (A Revolução Ignorada) ou a Soljénitsyne (O Arquipélago de Gulag) para ver que estes receios nada tinham de irrealista e que a História, infelizmente, bem os justificou.
Eis uma crítica mais séria. É necessário precisar de seguida que ela não pode ser feita a não ser em nome duma outra problemática, da tomada do poder e da revolução. Explicar-me-ei sobre este ponto. Todavia, Proudhon, na sua última obra publicada depois da sua morte e já citada, não negligenciava a necessidade, em certas condições, de tomar o poder de maneira violenta e de se manter por uma fase de ditadura. Digamos que desconfiava, e a história do meu ponto de vista deu-lhe razão, de toda a tomada do poder por uma intitulada élite dizendo-se representativa do proletariado. Temia, a justo título, que a fase transitória da ditadura do proletariado se eternizasse se, antes da revolução, uma larga fracção do proletariado não se tivesse preparado para a gestão da sociedade futura. Por outro lado, aquando da sua intervenção na Câmara em 1848, Proudhon afirmou que, se os capitalistas não procedessem à revolução social, os proletários o fariam sem eles, pela violência.
Entretanto, a atitude de Proudhon, que tinha vivido ele próprio, as condições de vida do proletariado, que sempre se debateu com inextricáveis dificuldades pecuniárias, não era certamente voluntarista. O comportamento de Blanqui, fundado em pequenas minorias eficazes, com uma mentalidade de conspirador, comportamento do qual Bakunine foi um dos mais marcantes representantes, não satisfazia Proudhon. Este sabia que a evolução das condições reais da revolução social vinha dum lento trabalho em profundidade, que manipuladores profissionais poderiam apenas catalizar. Mas para fazer o quê, se com a revolução acabada de chegar, o proletariado se revelava incapaz de tomar em mãos o seu destino e encontrava-se forçado a tornar a colocá-lo nas mãos de competências mais afirmadas? Que risco enorme o povo corria de ser de novo subjugado por novos mestres, que não tardariam muito a reedificar o sistema de dominação hierárquica e a orientar a sociedade num sentido favorável aos seus interesses? Basta referir -mo-nos a Voline (A Revolução Ignorada) ou a Soljénitsyne (O Arquipélago de Gulag) para ver que estes receios nada tinham de irrealista e que a História, infelizmente, bem os justificou.
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