Um texto intitulado "As dez estratégias de manipulação de massas" atribuído a Noam Chomsky circula amplamente na net nestes últimos dias [NR] . Já se vê, igualmente, na "grande" imprensa, em resposta a este texto, críticas a Chomsky como "adepto da teoria da conspiração".
O 10º princípio reflecte bem os fantasmas, frequentes na extrema esquerda, sobre o conhecimento que o "sistema" teria do indivíduo médio graças "à biologia, a neurobiologia e a psicologia aplicada", o que é muito diferente do que pensa Chomsky, o qual sabe que o conhecimento (verdadeiramente) científico do ser humano é extremamente limitado.
Como este texto me parecia ser uma simplificação e uma deformação do seu pensamento, e como não encontrei o seu equivalente em inglês, perguntei-lhe para tirar a limpo. Eis a sua resposta: "Não tenho nenhuma ideia de onde surge isso. Não fiz esta compilação, não a escrevi, não a coloquei na web. Suponho que aquele que o fez poderia pretender que são interpretações daquilo que escrevi aqui e ali mas certamente não sob esta forma nem como lista".
O êxito aparente deste texto ilustra bem a má compreensão do pensamento de Chomsky acerca da "manipulação", tanto parte de alguns dos seus partidários como dos seus adversário. Ele e Ed Herman, co-autores de A fabricação do consentimento nunca sugerem que há em algum lugar uma organização escondida que "manipula as massas". Eles mostram que existe um certo número de filtros, ligados à propriedade privada dos media, à necessidade da publicidade, à acção de grupos de influência, etc, que têm como resultado que a visão do mundo veiculada pelos media seja extremamente enviesada, mas tudo isso funciona um pouco como a ideologia em Marx, um processo sem sujeito.
Curiosamente, é de certa forma confortante pensar que existem manipuladores conscientes que, porque o dirigem, pelo menos sabem para onde vai o mundo. Infelizmente, há certamente relações de poder, mentiras e viéses ideológicos, mas não há piloto no avião.
O 10º princípio reflecte bem os fantasmas, frequentes na extrema esquerda, sobre o conhecimento que o "sistema" teria do indivíduo médio graças "à biologia, a neurobiologia e a psicologia aplicada", o que é muito diferente do que pensa Chomsky, o qual sabe que o conhecimento (verdadeiramente) científico do ser humano é extremamente limitado.
Como este texto me parecia ser uma simplificação e uma deformação do seu pensamento, e como não encontrei o seu equivalente em inglês, perguntei-lhe para tirar a limpo. Eis a sua resposta: "Não tenho nenhuma ideia de onde surge isso. Não fiz esta compilação, não a escrevi, não a coloquei na web. Suponho que aquele que o fez poderia pretender que são interpretações daquilo que escrevi aqui e ali mas certamente não sob esta forma nem como lista".
O êxito aparente deste texto ilustra bem a má compreensão do pensamento de Chomsky acerca da "manipulação", tanto parte de alguns dos seus partidários como dos seus adversário. Ele e Ed Herman, co-autores de A fabricação do consentimento nunca sugerem que há em algum lugar uma organização escondida que "manipula as massas". Eles mostram que existe um certo número de filtros, ligados à propriedade privada dos media, à necessidade da publicidade, à acção de grupos de influência, etc, que têm como resultado que a visão do mundo veiculada pelos media seja extremamente enviesada, mas tudo isso funciona um pouco como a ideologia em Marx, um processo sem sujeito.
Curiosamente, é de certa forma confortante pensar que existem manipuladores conscientes que, porque o dirigem, pelo menos sabem para onde vai o mundo. Infelizmente, há certamente relações de poder, mentiras e viéses ideológicos, mas não há piloto no avião.
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