Este artigo critica a postura amplamente espalhada nos establishments financeiros, mediáticos e políticos espanhóis que assumem que subir os impostos não é aconselhável em momentos de recessão pois diminui a procura e o estímulo económico. O artigo assinala que a certeza de tal suposição depende do tipo de impostos e do uso que se faça deles por parte do Estado. Se a carga fiscal for progressiva e redistributiva, utilizando-se aqueles fundos na criação de emprego (em áreas tais como serviços do escassamente desenvolvido Estado de Bem-estar, em transporte público e em áreas verdes), estimula-se a procura e o crescimento económico. O artigo apresenta dados que avalizam tal proposta.
A nova sabedoria convencional é que, em momentos de recessão como o actual, não há que subir impostos, pois isso reduziria a capacidade de compra dos cidadãos, diminuindo a procura de produtos e serviços, e com isso a capacidade de estimular o crescimento económico. Esta postura está amplamente espalhada em Espanha, o que explica a reacção negativa que a proposta do ministro do Fomento [Obras Públicas e Transportes], José Blanco, teve em centros financeiros e empresariais do país e nos maiores partidos da oposição conservadora e neoliberal nas Cortes espanholas. Isso forçou a segunda vice-presidente do Governo socialista espanhol, Elena Salgado, a clarificar que o Executivo não pensa subir os impostos sobre os rendimentos, excepto em pequenas variações, para conseguir melhorar a sua equidade.
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