sábado, novembro 27, 2010

O espectro do incumprimento na Europa

Quanto a crise da Eurozona irrompeu no princípio de 2010, um relatório RMF identificou três opções estratégicas para países periféricos. Eram elas: primeiro, a austeridade imposta pelo núcleo e a transferência dos custos de ajustamento para a sociedade como um todo; segundo, uma vasta reforma estrutural da Eurozona em favor do trabalho e, terceiro, a saída da Eurozona acompanhada do incumprimento (default), mudando assim o equilíbrio social em favor do trabalho. [1] Não surpreendentemente, a política preferida dos governos da Eurozona – às ordens do FMI – foi a austeridade. Houve também algumas reformas, todas elas na direcção neoliberal, como foi discutido nos capítulos 3 e 4. Este rumo da acção é coerente com a natureza da Eurozona e a ideologia neoliberal arraigada no seu cerne. E não é de surpreender que a segunda opção tenha encontrado pouca receptividade, tanto nas discussões oficiais como na decisão política. A natureza da crise exigiu medidas imediatas que deixavam pouco espaço para iniciativas de reforma a longo prazo, além da dificuldade inerente de reforma a Eurozona em favor do trabalho. Na verdade, a Eurozona tornou-se ainda mais conservadora durante este período.

Sem comentários: