
Em 16 de setembro, o Voina virou um carro da polícia em São Petersburgo, perto do histórico Castelo de São Miguel, onde o imperador russo Paulo I foi morto no ano de 1801. Durante a ação, chamada de "Royal Overthrow" (Golpe no Palácio), os artistas trancaram os policiais dentro do castelo, ao colocar uma corrente de bicicleta no portão de entrada. O grupo explicou que eles queriam chamar a atenção do público para a corrupção no Ministério do Interior russo e dos policiais, e mostrar como as práticas corruptas da polícia podem ser combatidas por qualquer pessoa através de ações diretas.
O grupo também reivindicou a responsabilidade por ter virado de cabeça para baixo outros carros de polícia em São Petersburgo, na mesma noite, incluindo dois carros com policiais totalmente bêbados dentro.
Dois artistas, Leonid Nikolayev e Oleg Vorotnikov, estão atualmente na prisão de São Petersburgo, aguardando julgamento por "hooliganismo grave", conspiração e crime de ódio contra a polícia.
Uma terceira integrante do grupo detida, Natalia Sokol, foi liberada após pagar uma multa de 3.500 dólares por danificar o carro da polícia no castelo, embora um oficial da polícia calculasse os danos totais em apenas 30 dólares. Mas agora os artistas poderão ser condenados com sentenças de até 7 anos de prisão. Tudo leva a crer que o processo é uma vingança pessoal desproporcional da polícia.
O Voina surgiu em fevereiro de 2007 e se recusa a trabalhar com as instituições de arte oficiais do Estado ou comerciais. É conhecido na Rússia por seu humor, performances não-violentas, anti-Estado e contra a polícia. Eles nunca causaram mal a ninguém.
A arte engajada do Voina tira sua inspiração do conceitualismo de Moscou, movimento que começou nos anos 1970 com performances que subvertiam a ideologia socialista.
Eles já promoveram uma orgia em frente às câmeras do Museu Biológico de Moscou, numa performance irônica sobre a transferência de poder entre o ex-presidente Vladimir Putin e seu sucessor, Dmitry Medvedev. Também já pintaram um pênis de 65 metros em uma ponte levadiça em São Petersburgo para protestar contra o Fórum Econômico Internacional. Outras ações incluíram a "libertação" de milhares de baratas em um tribunal, durante o julgamento de dois membros do Voina. Em outro exemplo de arte performática, o grupo montou uma mesa num vagão do metrô, colocou comida e vodca sobre ela e realizou um velório em homenagem ao poeta absurdista Dmitry Prigov.
Apesar das prisões, o grupo promete continuar com as suas performances radicais, zombando do establishment: "Um artista não pode calar a boca e parar de fazer seu trabalho”.
Para ajudar o grupo (contas bancárias, cartas de apoio):
› http://en.free-voina.org/help
agência de notícias anarquistas-ana
Sem comentários:
Enviar um comentário