[Artistas do grupo de arte conceitual russo Voina ("Guerra") foram presos em Moscou no dia 15 de novembro por causa de uma de suas recentes performances em São Petersburgo, onde viraram várias viaturas da polícia. Eles poderão encarar sentenças de até sete anos de prisão por "hooliganismo grave".]
Em 16 de setembro, o Voina virou um carro da polícia em São Petersburgo, perto do histórico Castelo de São Miguel, onde o imperador russo Paulo I foi morto no ano de 1801. Durante a ação, chamada de "Royal Overthrow" (Golpe no Palácio), os artistas trancaram os policiais dentro do castelo, ao colocar uma corrente de bicicleta no portão de entrada. O grupo explicou que eles queriam chamar a atenção do público para a corrupção no Ministério do Interior russo e dos policiais, e mostrar como as práticas corruptas da polícia podem ser combatidas por qualquer pessoa através de ações diretas.
O grupo também reivindicou a responsabilidade por ter virado de cabeça para baixo outros carros de polícia em São Petersburgo, na mesma noite, incluindo dois carros com policiais totalmente bêbados dentro.
Dois artistas, Leonid Nikolayev e Oleg Vorotnikov, estão atualmente na prisão de São Petersburgo, aguardando julgamento por "hooliganismo grave", conspiração e crime de ódio contra a polícia.
Uma terceira integrante do grupo detida, Natalia Sokol, foi liberada após pagar uma multa de 3.500 dólares por danificar o carro da polícia no castelo, embora um oficial da polícia calculasse os danos totais em apenas 30 dólares. Mas agora os artistas poderão ser condenados com sentenças de até 7 anos de prisão. Tudo leva a crer que o processo é uma vingança pessoal desproporcional da polícia.
O Voina surgiu em fevereiro de 2007 e se recusa a trabalhar com as instituições de arte oficiais do Estado ou comerciais. É conhecido na Rússia por seu humor, performances não-violentas, anti-Estado e contra a polícia. Eles nunca causaram mal a ninguém.
A arte engajada do Voina tira sua inspiração do conceitualismo de Moscou, movimento que começou nos anos 1970 com performances que subvertiam a ideologia socialista.
Eles já promoveram uma orgia em frente às câmeras do Museu Biológico de Moscou, numa performance irônica sobre a transferência de poder entre o ex-presidente Vladimir Putin e seu sucessor, Dmitry Medvedev. Também já pintaram um pênis de 65 metros em uma ponte levadiça em São Petersburgo para protestar contra o Fórum Econômico Internacional. Outras ações incluíram a "libertação" de milhares de baratas em um tribunal, durante o julgamento de dois membros do Voina. Em outro exemplo de arte performática, o grupo montou uma mesa num vagão do metrô, colocou comida e vodca sobre ela e realizou um velório em homenagem ao poeta absurdista Dmitry Prigov.
Apesar das prisões, o grupo promete continuar com as suas performances radicais, zombando do establishment: "Um artista não pode calar a boca e parar de fazer seu trabalho”.
Para ajudar o grupo (contas bancárias, cartas de apoio):
› http://en.free-voina.org/help
agência de notícias anarquistas-ana
Em 16 de setembro, o Voina virou um carro da polícia em São Petersburgo, perto do histórico Castelo de São Miguel, onde o imperador russo Paulo I foi morto no ano de 1801. Durante a ação, chamada de "Royal Overthrow" (Golpe no Palácio), os artistas trancaram os policiais dentro do castelo, ao colocar uma corrente de bicicleta no portão de entrada. O grupo explicou que eles queriam chamar a atenção do público para a corrupção no Ministério do Interior russo e dos policiais, e mostrar como as práticas corruptas da polícia podem ser combatidas por qualquer pessoa através de ações diretas.
O grupo também reivindicou a responsabilidade por ter virado de cabeça para baixo outros carros de polícia em São Petersburgo, na mesma noite, incluindo dois carros com policiais totalmente bêbados dentro.
Dois artistas, Leonid Nikolayev e Oleg Vorotnikov, estão atualmente na prisão de São Petersburgo, aguardando julgamento por "hooliganismo grave", conspiração e crime de ódio contra a polícia.
Uma terceira integrante do grupo detida, Natalia Sokol, foi liberada após pagar uma multa de 3.500 dólares por danificar o carro da polícia no castelo, embora um oficial da polícia calculasse os danos totais em apenas 30 dólares. Mas agora os artistas poderão ser condenados com sentenças de até 7 anos de prisão. Tudo leva a crer que o processo é uma vingança pessoal desproporcional da polícia.
O Voina surgiu em fevereiro de 2007 e se recusa a trabalhar com as instituições de arte oficiais do Estado ou comerciais. É conhecido na Rússia por seu humor, performances não-violentas, anti-Estado e contra a polícia. Eles nunca causaram mal a ninguém.
A arte engajada do Voina tira sua inspiração do conceitualismo de Moscou, movimento que começou nos anos 1970 com performances que subvertiam a ideologia socialista.
Eles já promoveram uma orgia em frente às câmeras do Museu Biológico de Moscou, numa performance irônica sobre a transferência de poder entre o ex-presidente Vladimir Putin e seu sucessor, Dmitry Medvedev. Também já pintaram um pênis de 65 metros em uma ponte levadiça em São Petersburgo para protestar contra o Fórum Econômico Internacional. Outras ações incluíram a "libertação" de milhares de baratas em um tribunal, durante o julgamento de dois membros do Voina. Em outro exemplo de arte performática, o grupo montou uma mesa num vagão do metrô, colocou comida e vodca sobre ela e realizou um velório em homenagem ao poeta absurdista Dmitry Prigov.
Apesar das prisões, o grupo promete continuar com as suas performances radicais, zombando do establishment: "Um artista não pode calar a boca e parar de fazer seu trabalho”.
Para ajudar o grupo (contas bancárias, cartas de apoio):
› http://en.free-voina.org/help
agência de notícias anarquistas-ana
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