O fenómeno Wikileaks monopolizou inúmeras análises e reflexões sobre o futuro da informação, da Internet e da participação cidadã na difusão das notícias. O debate ficou limitado entre aqueles que apresentavam a distribuição de informação secreta como um problema e uma irresponsabilidade e aqueles que defendiam a sua livre circulação e apoiavam o Wikileaks. Na minha opinião, trata-se de uma simplificação, e o modus operandi do Wikileaks demonstrou que o assunto é mais complexo. Uma prova disso foi a forma como difundiu os 250.000 documentos que recolhiam comunicações da diplomacia e da Administração Central estado-unidense. Aqueles que pareciam subverter as formas de comunicação do século XXI optaram por oferecer em exclusivo e de forma privilegiada a documentação a cinco grandes meios de comunicação mundial: The New York Times, The Guardian, Der Spiegel, Le Monde e El País. Dias depois de as direcções destes jornais os terem em seu poder, os cidadãos continuam sem poder aceder aos documentos no site do Wikileaks.
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