O último Eurobarómetro mostra que a confiança dos portugueses no funcionamento da democracia está a bater no fundo. Estão mais cépticos do que a maioria dos outros europeus, mas continuam a poupar nos protestos e vão fazendo o que sempre fizeram: ir embora. Como o pior ainda está para vir, há quem antecipe manifestações maiores e mais duras. Mas também quem preveja que a penalização se faça sentir da forma habitual: através do voto
Vem aí mais abstenção?
Com epicentro no Outono de 2008, a crise não se abateu logo sobre Portugal e foi depois, segundo este investigador, mascarada pelo Governo, que em 2009, ano de eleições, "tudo fez para que não se sentissem os seus efeitos".
Violência não é de excluir
O travão a uma maior agitação social poderá não ser apenas explicado pelas condições materiais dos segmentos mais atingidos. Aires de Almeida, professor de Filosofia no ensino secundário, aponta outra das causa possíveis: "Temos uma cidadania muito tutelada. Foram sempre as instituições a tomar conta de nós." Passa-se o mesmo nas escolas. Apesar dos protestos a que têm dado corpo, e que estão agora em aparente retracção, "também os professores estão mais habituados a obedecer do que a questionar": "O Ministério da Educação dá-lhes instruções para tudo e estas são cumpridas. Foi uma classe que, de certo modo, acabou por se infantilizar."
É um traço que pensa ser extensível a outros grupos. Aires de Almeida não exclui, contudo, ainda que tenha dúvidas sobre a possibilidade de vir realmente a acontecer, que se venha a registar "um ponto de viragem e que o medo se transforme em revolta - e até em revolta brutal". Protagonistas: os trabalhadores precários, mais de um milhão em Portugal, que se têm remetido ao silêncio por medo de perder o emprego. É o que tem visto acontecer com os professores que estão a contrato nas escolas, por exemplo. "É perigoso jogar com o medo das pessoas", adverte.
Vem aí mais abstenção?
Com epicentro no Outono de 2008, a crise não se abateu logo sobre Portugal e foi depois, segundo este investigador, mascarada pelo Governo, que em 2009, ano de eleições, "tudo fez para que não se sentissem os seus efeitos".
Violência não é de excluir
O travão a uma maior agitação social poderá não ser apenas explicado pelas condições materiais dos segmentos mais atingidos. Aires de Almeida, professor de Filosofia no ensino secundário, aponta outra das causa possíveis: "Temos uma cidadania muito tutelada. Foram sempre as instituições a tomar conta de nós." Passa-se o mesmo nas escolas. Apesar dos protestos a que têm dado corpo, e que estão agora em aparente retracção, "também os professores estão mais habituados a obedecer do que a questionar": "O Ministério da Educação dá-lhes instruções para tudo e estas são cumpridas. Foi uma classe que, de certo modo, acabou por se infantilizar."
É um traço que pensa ser extensível a outros grupos. Aires de Almeida não exclui, contudo, ainda que tenha dúvidas sobre a possibilidade de vir realmente a acontecer, que se venha a registar "um ponto de viragem e que o medo se transforme em revolta - e até em revolta brutal". Protagonistas: os trabalhadores precários, mais de um milhão em Portugal, que se têm remetido ao silêncio por medo de perder o emprego. É o que tem visto acontecer com os professores que estão a contrato nas escolas, por exemplo. "É perigoso jogar com o medo das pessoas", adverte.
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