quinta-feira, janeiro 06, 2011

INE presta-se a ocultar os dados do desemprego, como quer o governo

Apesar de o desemprego ser o problema social mais grave e dramático que Portugal enfrenta neste momento, o governo tem tentado a todo o custo escondê-lo. Sócrates na sua mensagem de Natal não falou uma única vez do desemprego, e irrita-se com quem fale dele. O governo até chegou ao ponto de eliminar as medidas extraordinárias que permitiam a maior número de desempregados receberem o subsídio. Tal eliminação determinou o corte do subsídio a 10.291 desempregados até Dezembro de 2010, como afirmou muito ufano o secretário de Estado da Segurança Social em conferência de imprensa. O corte, por sua vez, foi utilizado pelo governo como justificação de que o desemprego teria sido contido — apesar de os dados divulgados trimestralmente pelo INE mostrarem precisamente o contrário. O desemprego na verdade continua a aumentar em Portugal.

Assim, o governo tem feito tudo o que pode para desacreditar os números do desemprego. Primeiro, ignorando os dados do INE e utilizando apenas aqueles divulgados pelo IEFP (Instituto de Emprego e Formação Profissional). Os do IEFP são facilmente manipuláveis, pois não são conhecidas publicamente as regras da sua construção (o qual continua a não divulgar as causas da eliminação todos os meses, em média, de 49 mil desempregados inscritos nos ficheiros dos Centros de Emprego). A intenção é claramente reduzir o impacto a nível de opinião pública dos dados do INE, que até agora eram razoavelmente confiáveis.

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